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quinta-feira, 4 de julho de 2013

PARAÍBA


Sem acordo salarial, motoristas fazem novo protesto nesta quinta

Dividida, categoria provoca tumulto no Centro e ameaça impedir saída de ônibus das garagens nesta quinta-feira
Protesto em frente do MPT


Protesto em frente do MPTA reunião realizada nesta quarta-feira (3) entre o Sindicato dos Motoristas do Estado da Paraíba e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de João Pessoa terminou sem acordo, no auditório da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), na Capital. No início da noite, motoristas e cobradores de aproximadamente dez ônibus pararam os veículos e fecharam o anel interno da Lagoa e o cruzamento das avenidas Getúlio Vargas e Tabajaras, nas proximidades do Liceu Paraibano, em sinal de protesto. O grupo, que é dissidente do sindicato da categoria, ameaçou começar uma paralisação caso as negociações não avancem hoje.
Motoristas e cobradores realizarão uma manifestação nesta quinta-feira, às 14h, em frente ao Liceu, e parte deles ameaça não trabalhar durante todo o dia. O grupo que realizou o protesto após a reunião na DRT exige um reajuste salarial de 14%, mas as empresas ofereceram apenas 8%, levando em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é de 6,95% no período. Enquanto o grupo dissidente permanece irredutível quanto à negociação, o Sindicato dos Motoristas defende que a discussão com as empresas continue seguindo o processo legal das negociações.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores exigem o pagamento de horas extras e benefícios como planos de saúde, redução da jornada semanal para 40 horas (atualmente são 44 horas) e área de lazer para prática de atividades esportivas e culturais. A reunião realizada no auditório da DRT foi tensa, principalmente após a chegada de Mailson Dantas, que lidera o movimento paralelo ao Sindicato dos Motoristas. Os sindicalistas alegam que Mailson não representa a categoria e está procurando causar um racha entre os trabalhadores com interesses políticos.
“A negociação não andou pela primeira vez em 20 anos. Isso porque pessoas alheias à categoria, com interesses políticos, se juntaram a estudantes (do Movimento Passe Livre) para perturbar a negociação. Vamos voltar ao sindicato e fazer a assembléia com os associados do sindicato. Conseguimos pelo menos 8%, mas ainda não está de bom tamanho e vamos seguir negociando para chegar a um consenso”, afirmou Antônio de Pádua.
Maílson Dantas, por sua vez, disse que é gerente da empresa Marcos da Silva e está representando parte da categoria de cobradores e motoristas que está insatisfeita com o trabalho desenvolvido pelo sindicato. Os trabalhadores que aderiram ao movimento paralelo enumeraram uma série de reclamações. Uma delas é em relação à carga horária de 8 horas diárias (com uma hora de repouso), que é desrespeitada frequentemente pelas empresas. “Trabalho numa linha circular e normalmente trabalho 10 horas diretas, sem um minuto para descanso”, lamentou um motorista, que não quis se identificar. O movimento conta com o apoio do Movimento Passe Livre, que reivindica uma auditoria nas contas das empresas de transporte público da Capital.
Proposta de 8% tem simpatia do sindicato
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de João Pessoa, Alberto Nascimento, defendeu que o reajuste salarial de 8% seria bom tanto para as empresas quanto para os trabalhadores. “A inflação do período é de quase 7% e oferecemos 8%, ou seja, mais que a inflação. Mesmo assim, a categoria não aceitou e pedimos para que a mesa de negociação fosse suspensa para que pudéssemos avaliar e, na próxima rodada, tentar fechar o dissídio”, afirmou.
Segundo Alberto Nascimento, a redução da tarifa dos transportes públicos de João Pessoa exerce um impacto no orçamento das empresas, mas esse não é o ponto crucial para definir o índice do reajuste. “A diminuição da tarifa exerce um impacto, mas não é isso que está atrapalhando a negociação. Temos que oferecer aquilo que teremos condições de pagar e, nesse instante, nenhuma empresa tem condição de pagar um reajuste muito acima da inflação como estão pedindo”, ressaltou.
O chefe do Setor de Relações do Trabalho, José Cursino Raposo, que mediou a negociação, frisou que a negociação seguirá nos próximos dias. “Recebida a proposta fornecida pelos empregados, os empregadores vão avaliar e reformular sua proposta inicial, sendo submetida novamente aos trabalhadores. É assim que sempre acontece, é a sistemática normal”, afirmou.
Além disso, Raposo destacou que os trabalhadores terão direito ao retroativo de acordo com a data base. “Qualquer direito que seja disciplinado a partir de agora retroagirá à data base da categoria. O tempo da negociação não terá efeito negativo para nenhuma das partes”, disse.

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