Brasil volta a perder postos de emprego com carteira assinada em março
Depois
de gerar empregos em fevereiro, a economia brasileira voltou a demitir
mais do que contratar em março. No mês de março, as demissões superaram
as contratações em 63.624 vagas. Os números do emprego divulgados nesta
quinta-feira (20) têm como base o Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged).
A
redução das 63.624 vagas de emprego é resultado de 1.261.332 admissões e
de 1.324.956 demissões em março. No acumulado do primeiro trimestre de
2017, o país registrou o fechamento de 64.378 postos de trabalho.
No mês de fevereiro, após 22 meses de queda no número de postos de trabalho formal, o Brasil voltou a gerar emprego, com um saldo de 35.612 novos postos de trabalho com carteira assinada. Na série ajustada, divulgada nesta quinta, o número de fevereiro subiu para uma criação de 40.147 vagas.
Melhora ante março de 2016
Apesar
do resultado negativo, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira,
afirmou que os dados mostram alguns sinais positivos. Segundo ele, o
número de vagas fechadas em março de 2017 foi muito menor do que os de
março de 2016, quando o país fechou 118.776 postos de trabalho.
“Sinaliza que aquela tendência de perda de emprego caiu pela metade”,
afirmou o ministro.
Segundo
dados do Ministério do Trabalho, 7 dos 8 setores de atividade econômica
fecharam postos de trabalho, só a administração pública gerou emprego
formal. Segundo Nogueira, isso deve-se a um efeito sazonal. “Março é
final de férias, é um mês que historicamente não tem bons resultados!”,
afirmou.
Ao
ser questionado se a comemoração do resultado de fevereiro foi
precipitada, o ministro afirmou que não, e que qualquer resultado
positivo precisa ser comemorado. Na divulgação de fevereiro, quando o
Brasil gerou postos de emprego formal pela primeira vez depois de 22
meses de resultados negativos, a divulgação foi feita no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Michel Temer.
Cortes por setores
Entre
os 7 setores que demitiram mais do que contrataram o comércio fechou
33.909 postos de emprego formal; serviço fechou 17.086 vagas; construção
civil ficou com saldo negativo de 9.059 vagas; indústria de
transformação fechou 3.499 postos de trabalho e a agricultura fechou
3.471 vagas.
Segundo
o coordenador do Caged, Mário Magalhães, o resultado negativo do setor
de serviços tem um forte componente sazonal. “Em todos os meses de
março, o comércio atacadista tem um resultado negativo forte”, afirmou.
Magalhães
disse, no entanto, que apesar de esperar um resultado negativo para o
setor de serviços em março, houve um resultado acima do esperado. Em
março, o setor de serviços fechou 17.086 postos de emprego com carteira
assinada.
Na
agricultura, explicou, a criação de bovinos fechou 1.917, o cultivo de
frutas de lavouras – exceto laranja e uva – fechou 4.518 postos, o
cultivo de soja demitiu 2,987 trabalhadores a mais do que contratou e o
cultivo da laranja fechou 2.751 postos. Magalhães explicou que o
resultado negativo na criação de bovinos não é um efeito da Operação
Carne Fraca, segundo ele, em março o setor sempre apresenta resultados
negativos. “Não houve nada fora do normal”, disse.
Em 2016, o país fechou 1,32 milhão de vagas formais.
Apesar de o número ainda ser alto, houve uma pequena melhora em relação
ao ano de 2015, quando 1,54 milhão de brasileiros perderam o emprego
com carteira assinada.
FONTE: G1
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