Venezuela começa a viver onda de saques e distúrbios por falta de dinheiro deixam três mortos
O deputado opositor Ángel Medina informou nesta sexta-feira (16) a morte de três pessoas na cidade do Callao, no estado de Bolívar, no sul da Venezuela, em distúrbios por falhas no fornecimento de papel moeda.
"Autoridades municipais me confirmam 3 mortos em Callao, um comerciante asiático, um homem e uma mulher. Saldo lamentável", expressou o parlamentar através da rede social Twitter.
Medina disse que mais de 30 lojas em Callao foram "saqueadas" e "destruídas" o que, afirmou, "é bastante para o povoado".
Ele acrescentou que também houve distúrbios no município de Roscio, que pertence ao mesmo estado. "Houve saques e destruição em lojas do município de Roscio e do município de Sifontes, todos os três são os municípios mineradores do estado", disse Medina.
O parlamentar disse que as autoridades municipais criticam a atuação dos organismos de segurança que, afirmou, foi "tardia".
Medina explicou que à falta de dinheiro se soma "a escassez" de gasolina que é "alarmante". "Não há gasolina, não há notas novas, não há comida, não há nada barato, não há democracia", concluiu.
Dirigentes da oposição informaram que venezuelanos protestaram em vários estados do interior do país por falhas no fornecimento de dinheiro, o que gerou tentativas de saque no sul do país.
Caracas, 17 dez 2016 (AFP) - A abrupta retirada do mercado da cédula de maior valor na Venezuela, ordenada pelo presidente Nicolás Maduro, e o atraso na circulação de novas moedas e notas geraram protestos e saques em várias cidades do país, nesta sexta-feira (16).
"Tentativas de saque em vários lugares do país. Situação agravada por falta de dinheiro. Novas cédulas não aparecem", denunciou o presidente do Parlamento, o opositor Henry Ramos Allup, em sua conta no Twitter.
Em Maracaibo (oeste), a segunda maior cidade do país, grupos de pessoas que protestavam pela falta de dinheiro enfrentaram policiais, jogando pedras nos agentes. E, em Maturín, a capital de Monagas, no leste do país, dezenas de pessoas também foram às ruas e bloquearam uma das principais avenidas da cidade.
Na cidade costeira de Puerto la Cruz, em Anzóategui (leste), houve tumulto porque as pessoas queriam sacar dinheiro do banco.
No Twitter, multiplicaram-se as denúncias de protestos em estados como Bolívar (sul), Mérida, Táchira e Zulia (oeste). Muitas foram feitas pela página on-line de jornalismo cidadão Reporte Ya.
Em Santa Bárbara, Barinas (oeste), a imprensa local informou que um grupo de pessoas tentou abrir, à força, um carro-forte que transportava dinheiro. Os motoristas teriam atirado, e haveria quatro feridos.
O deputado opositor Antonio Barreto Sira afirmou que houve "situações tensas" em El Callao, Tumeremo e San Félix, no estado de Bolívar. Ele compartilhou fotos, nas quais se vê um grupo de pessoas quebrando a entrada de uma loja e tentando entrar à força.
A retirada em apenas três dias da nota de 100 bolívares (0,15 dólar), a de maior valor em circulação no país, foi ordenada por Maduro para acabar com supostas "máfias" instaladas, sobretudo, na Colômbia.
Embora o presidente tenha anunciado que a saída de circulação das notas coincidiria, na quinta-feira (15), com a progressiva entrada de novas cédulas (de maior valor), não há sinal das primeiras moedas prometidas de 10, 50 e 100 bolívares, tampouco das notas de 500.
Na noite desta sexta, Maduro condenou "os grupos de vândalos e violentos que há por aqui". "Já identificamos alguns em fotos e vídeos nos atos de vandalismo de hoje e há deputados da MUD" (Mesa da Unidade Democrática, oposição).
FONTE: G1
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