Após redefinir meta fiscal para baixo, governo já busca apoio no Congresso
Confrontado com a dura realidade da queda crescente de arrecadação federal, o governo federal definiu na manhã desta quarta (22) os números finais da nova meta de superávit primário e do tamanho do corte extra que será feito no Orçamento de 2015 para tentar reequilibrar as finanças públicas. Após divergência internas, a equipe econômica chegou ao consenso de que o Executivo deve diminuir a meta da poupança para pagar os juros da dívida em 0,1% do PIB e de que deve fazer uma nova tesourada de R$ 15 bilhões no Orçamento.
Em meio à reunião desta terça, os ministros envolvidos na redefinição das metas do governo passaram a disparar telefonemas a parlamentares para pedir apoio político. Essas medidas fiscais terão de passar pelo crivo do Congresso Nacional e, no Palácio do Planalto, já é dado como certo que os congressistas analisarão detalhadamente as áreas que o governo vai cortar gastos.
"O ministro Joaquim Levy [da Fazenda] tomou um choque de realidade. O plano dele para a economia era um, e, agora, diante do agravamento da situação econômica, é outro", comentou um líder partidário.
Há cerca de um mês, quando o senador Romero Jucá (PMDB-RR) propôs rever a meta de superávit primário de 1,2% para 0,4%, o Ministério da Fazenda nem sequer quis considerar a sugestão, pois avaliava que o peemedebista havia pesado a mão ao recomendar uma redução drástica do índice de poupança para pagar os juros da dívida. Na avaliação da pasta, a sugestão de emenda do senador do PMDB era "exageradamente baixa".
No fim das contas, a meta fiscal que será apresentada nesta quarta pelo governo é um quarto da que havia sido proposta por Jucá.
"O governo foi atropelado pela realidade. Houve um choque com os números", ressaltou Jucá ao Blog.
No Congresso, é de se esperar que ocorra um debate intenso sobre o tamanho do contingenciamento no Orçamento. Com isso, deve ganhar força no PMDB do Senado uma proposta do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que determina um rearranjo na administração federal, com redução de ministérios e cargos comissionados.
FONTE: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário