Deputada pede à CPI da Petrobras acareação entre Cunha e Camargo
A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) protocolou nesta segunda-feira (20) na CPI da Petrobras requerimento para que seja realizada uma acareação entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo, que acusa o peemedebista de ter lhe pedido propina de US$ 5 milhões.
O pedido será analisado pela comissão parlamentar de inquérito (CPI) em agosto, apóso fim do recesso parlamentar de julho. Cunha nega ter pedido propina e acusa o Palácio do Planalto de ter se articulado com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para incriminá-lo na Operação Lava Jato.
No requerimento de acareação, Eliziane Gama argumenta que é preciso esclarecer a divergência existente entre a versão dada pelo presidente da Câmara e a apresentada por Camargo.
“A confrontação de versões entre o empresário e o presidente da Câmara, na CPI, é necessária, já que Eduardo Cunha coloca em xeque a delação de quem o acusa. A comissão parlamentar precisa avançar neste sentido e, em consonância com as atividades do Judiciário, até porque não pode proteger este ou aquele personagem político”, justifica a deputada.
A acusação de Júlio Camargo a Cunha ocorreu durante depoimento do consultor à 13ª Vara de Justiça de Curitiba, em um dos processos da Operação Lava Jato. A declaração gerou uma crise institucional, com a decisão de Cunha de romper com o Palácio do Planalto e passar a integrar a oposição ao governo Dilma no Congresso Nacional.
Retaliação
Horas após anunciar o rompimento, o peemedebista autorizou a criação de quatro CPIs. Desse total, duas contrariam o governo. Uma das comissões que desagradam ao Executivo irá investigar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A outra vai apurar supostas irregularidades nos fundos de pensão das estatais.
Esses dois requerimentos de criação de CPI estavam atrás na lista de espera de instalação. A do BNDES estava em sétimo na lista, e a dos fundos de pensão, em oitavo. Apenas cinco comissões podem funcionar ao mesmo tempo.
Cunha arquivou quatro pedidos de instalação de comissões que estavam na frente, alegando que elas não possuíam “objeto de investigação determinado”, conforme exige o regimento interno da Câmara.
A criação das novas CPIs é possível devido ao término do prazo de funcionamento de quatro comissões que atuavam nesse primeiro semestre. Só a CPI da Petrobras vai continuar a funcionar.
FONTE: G1
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