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sábado, 23 de abril de 2011

POLÍTICA

Cícero Lucena fala sobre polêmica do forró: 'Censurar a música é uma afronta aos direitos democráticos'





O senador paraibano Cícero Lucena (PSDB) também entrou na polêmica do forró eletrônico e resolveu dar sua opinião neste sábado (23). Em seu microblog twitter, ele postou 'Sobre a polêmica do forró. O povo que sabe escolher seus governantes, sabe escolher a música que deseja consumir.'
Leia Mais: RC defende Chico César: ‘Querem crucificá-lo’; secretário reafirma parceria só com forró de raiz
Chico César esclarece apoio a eventos juninos
Logo após, o tucano alfinetou o secretário de cultura da Paraíba, Chico César e tratou como censura a decisão do governo do estado em não apoiar as prefeituras que trouxerem bandas de forró eletrônico para o são joão: 'A música é uma forma de expressão da liberdade. Censurar a música é uma afronta aos direitos democráticos.'
Por fim, Cícero Lucena deseja uma boa Páscoa aos brasileiros: 'Que o espírito da Páscoa domine os corações das famílias da PB e do Brasil.'
Entenda o caso
O secretário de cultura da Paraíba, Chico César, emitiu nota na última segunda-feira (18), esclarecendo que o objetivo do Governo não é proibir ou impedir que eventos sejam organizados com tendências musicais diversas, mas sim, direcionar os recursos públicos para incentivar o fortalecimento e o resgate da cultura paraibana e nordestina.
A decisão foi a mais comentada dos últimos dias. Via twitter, o assunto ganhou destaque nacional e muitas pessoas davam suas opiniões, contrárias ou a favor do secretário.
O governador do estado, Ricardo Coutinho, saiu em defesa de Chico César e declarou: “Estão querendo crucificá-lo”.
Para Coutinho, o secretário defende a democratização cultural. “O que se quer é que sejam ouvidas várias tendências musicais”, disse o governador, que acrescentou:
“O que Chico César propõe e o que o Estado vai fazer é ser democrático. É garantir que as pessoas escutem todas as tendências, independentemente do meu gosto, da minha presença. Ser democrático significa dá uma chance as pessoas de ouvirem alguma coisa mais do que aquilo que 95% das emissoras tocam. Esse é o papel do Estado, e não vetar ninguém, como não vetou”.
Abaixo segue na íntegra a nota do secretário:
“Tem sido destorcida a minha declaração, como secretário de Cultura, de que o Estado não vai contratar nem pagar grupos musicais e artistas cujos estilos nada têm a ver com a herança da tradição musical nordestina, cujo ápice se dá no período junino. Não vai mesmo. Mas nunca nos passou pela cabeça proibir ou sugerir a proibição de quaisquer tendências. Quem quiser tê-los que os pague, apenas isso. O Estado encontra-se falto de recursos e já terá inegáveis dificuldades para pactuar inclusive com aqueles municípios que buscarem o resgate desta tradição.
São muitas as distorções, admitamos. Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco. Vaias também recebeu Geraldo Azevedo porque ele cantava Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em festa junina financiada pelo governo aqui na Paraíba, enquanto o público, esperando a dupla sertaneja, gritava "Zezé cadê você? Eu vim aqui só pra te ver".
Intolerância é excluir da programação do rádio paraibano (concessão pública) durante o ano inteiro, artistas como Parrá, Baixinho do Pandeiro, Cátia de França, Zabé da Loca, Escurinho, Beto Brito, Dejinha de Monteiro, Livardo Alves, Pinto do Acordeon, Mestre Fuba, Vital Farias, Biliu de Campina, Fuba de Taperoá, Sandra Belê e excluí-los de novo na hora em que se deve celebrar a música regional e a cultura popular”.

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