Hugo Motta não descarta convocação de Janot e Lula para depor na CPI da Petrobras
O deputado federal paraibano, Hugo Motta (PMDB/PB), presidente da CPI da Petrobras, não descarta a convocação do procurador geral da república, Rodrigo Janot e destacou que ninguém está acima da lei e que a presença de Janot não traria constrangimentos para nenhuma das partes.
"O senhor Janot representa uma instituição e a comissão, entendendo que ele deva vir aqui, eu não vejo isso como um problema. Eu não estou aqui fazendo apologia para que o procurador seja convocado. Eu apenas entendo que todos aqueles que podem contribuir com as investigações devem, aqui, prestar os seus esclarecimentos. Se isso vai acontecer ou não é a maioria dos deputados que compõem a CPI. Eu já disse e vou repetir. Todos aqueles que estão na pauta e a maioria entender que devemos convocar, nós vamos convocar. O presidente do Senado, o procurador-geral da República, o ex-presidente Lula, ex-ministros do governo, ex-diretores da Petrobras, enfim, não tenho como presidir uma CPI e dizer que não vou pautar o requerimento de convocação."
Segundo Hugo Motta, ainda não há data prevista para a apreciação do requerimento de convocação do procurador-geral da República. O pedido consta da pauta da CPI, mas a votação depende de acordo entre lideranças partidárias, relator e sub-relatores.
Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, o deputado Luiz Sérgio (PT/RJ) afirma que a eventual presença de Rodrigo Janot não vai acrescentar nada às investigações da CPI.
"Eu não gostei [do requerimento] porque o objeto da CPI é investigar problemas de corrupção que ocorreram na Petrobras. A apresentação de um requerimento para a convocação do procurador-geral foge do objeto da CPI e não ajuda nos trabalhos porque passa a imagem de que a CPI passaria a ser usada para pressionar o procurador-geral. Sinceramente, não gostei. Como relator, espero que o plenário nem aprecie este requerimento para não termos o constrangimento de um debate que não ajuda os trabalhos da CPI."
Já o deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS) disse não ter restrição em votar pela aprovação do requerimento. Segundo Lorenzoni, qualquer autoridade pode comparecer à CPI e a presença do procurador-geral da República pode sim contribuir com vários aspectos.
"Como, por exemplo, a colaboração que pode acontecer entre a CPI e o Ministério Público, o que já ocorreu no passado e pode continuar ocorrendo no presente. Sempre deu bons frutos. Eu me lembro de investigações que eu participei, onde a própria Polícia Federal e o Ministério Público tinham dificuldades de obter quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico que, em primeira instância, pode levar a até um mês para ser obtida do juiz específico, e a CPI faz isso de um dia para o outro. E seria muito bom, inclusive, uma conversa muito franca entre os membros da CPI e o procurador-geral da República. Eu não vejo nenhum problema nisso."
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