Entre ventre e coração: Veja histórias de mulheres que são mães de jeitos diferentes
#DiaDasMães
- Em diferentes cenários, elas souberam ser mães e descobriram um dos
mais belos lados da vida feminina; em missão permanente, elas contam
detalhes do que descobriram com a maternidade
Mães em diferentes fases e modos de vida nutrem o mesmo amor pelos filhos |
Hoje com 19 anos, Rosângela Sousa se tornou mãe aos 16, quando esteve entre as mais de 2,4 mil adolescentes de João Pessoa que ilustraram o quadro de gravidez na adolescência no ano de 2012. Os dados são do Ministério da Saúde.
O que no início foi um susto, para ela se tornou um dos momentos mais maravilhosos de toda a vida, mas os medos da menina que há poucos anos havia abandonado as bonecas para ser mãe também vieram à tona. “Na minha cabeça, eu me perguntava sobre como iria conciliar as coisas, trabalhar, estudar, como a gente ia ter a nossa casa, o que eu teria que fazer depois; não sabia se eu poderia ter o apoio de alguém para tudo”, disse ela.
Foto: Rosângela conheceu a maternidade na adolescência
Créditos: Reprodução/ Montagem: Portal Correio
Créditos: Reprodução/ Montagem: Portal Correio
Apoiada pelos pais e pelo marido, que na gestação era namorado, ela deu continuidade à vida escolar normalmente, onde teve que dividir os momentos da gravidez com os livros, cadernos e a sala de aula de ensino médio, ao cumprir a rotina da maioria das adolescentes e acompanhar lá mesmo o crescimento de Maria Clara no ventre.
Com uma gestação saudável e tranquila, Rosângela assume que a principal dificuldade de ser mãe aos 16 é o preconceito de parte da sociedade. “Lembro de comentários maldosos. No parto mesmo, a anestesista chegou a dizer de maneira grosseira que pela minha pouca idade, aquilo seria para mim um de muitos partos que viriam”.
O medo sobre conciliar os afazeres parece ter passado com a gestação. Hoje, Rosângela trabalha, cursa Ciências Contábeis e ostenta com orgulho os títulos de mãe e esposa. Focada também na vida profissional, ela ainda não pensa em dar irmãos a Maria, de dois anos, mas lembra dos momentos mágicos da maternidade.
“Amamentar pela primeira vez foi incrível; ver minha filha pela primeira vez foi um momento muito lindo. É uma sensação que não dá nem para explicar, chorei; olhar para ela hoje e ouvi-la me chamando de mamãe me faz esquecer dos problemas”, completou.
Mãe madura
Maria da Guia já sabe ser mãe há mais de 20 anos; há nove meses está vivenciando os prazeres de ser avó do pequeno Nicolas Davi e há pouco mais de sete meses descobriu que vai ser mãe mais uma vez.
Foto: Vinte anos após a primeira gravidez, Guia redescobre os prazeres da gestação
Créditos: Ewerton Correia
Créditos: Ewerton Correia
Se engana quem pensa que ela se assustou com a gravidez - na opinião de muitos, tardia. Aos 41 anos, a copeira é pura alegria ao esperar Eloá e afirma com um sorriso de um canto ao outro que se sente agraciada por vivenciar a maternidade, mesmo após duas décadas. Ela diz ser um momento diferente.
“Quando tive meu primeiro filho, eu tinha 19 anos, não tive apoio da minha família e vivi uma situação bastante difícil, pois trabalhei muito e tive pouco tempo para ser mãe de verdade, isso me dói; quero que tudo seja diferente”, disse ela ao mostrar as peças minúsculas de um enxoval quase todo cor de rosa.
De olhos vidrados nos pertences de Eloá, a mãe que também é avó está vivendo um sonho o qual não tinha muitas esperanças para realizar. “Pela minha idade e pelos muitos anos que passei evitando gravidez, pensei que não viria mais a menininha tão sonhada. Já estava me convencendo que não ia acontecer, mas graças a Deus ela veio”, comentou a sorrir.
Ansiosa, ela garante que se controla para não ficar contando as horas de ver a filha, revela que não cansa de olhar a barriga esticada no espelho e quer muito que a menina que nem nasceu ainda, mas já é tia, conviva com o Nicolas. “Não vejo a hora de estar com ela nos braços, fico imaginando como vai ser a relação dela com meu neto; falta pouco”, disse ela.
Do coração ao ventre
Março de 1996 mudou de vez a vida de Mônica Rodrigues, de 44 anos. Com nostalgia, ela se lembra do ano em que levou uma amiga e vizinha em trabalho de parto até um hospital de João Pessoa. Na época, já mãe de duas filhas, se despediu das meninas e uma delas fez um pedido ingênuo: “Quando a senhora voltar de lá, traga um menino para a casa da gente, viu mãe?”.
A mãe recorda cada momento. Enquanto a amiga dava à luz na sala de parto, uma mulher desconhecida, nos corredores do hospital, pediu para que ela segurasse um bebê recém-nascido. Desde esse dia, a tal mulher nunca mais voltou para pegar o menino.
Mesmo surpresa, a mãe das meninas atendeu ao pedido feito por uma delas durante a saída à maternidade. Parecia um aviso. De coração aberto assim como as portas do lar, a dona de casa recebeu o bebê como filho, ele é Fabrício Rodrigues, que há 19 anos traz muitas alegrias à família.
Foto: Mônica Rodrigues sonha em ver o filho constituindo a própria família e realizando mais sonhos
Créditos: Reprodução/Facebook
Créditos: Reprodução/Facebook
“Ele é um bom filho; tenho muito amor; a família toda o aceitou muito bem e temos muito amor por ele”, disse a mãe, orgulhosa do rapaz.
Hoje, as filhas já são casadas e a atenção maternal é quase exclusiva do menino que já está crescido e é soldado do Exército Brasileiro, o que para Mônica é um motivo de grande orgulho.
“Acho lindo ele e os amigos marchando; eu sempre dizia que queria ver Fabrício no quartel e lembro quando ele me falou que tinha entrado. Fiquei um pouco preocupada porque os três dias que ele passou na mata foram difíceis, mas entreguei a Jesus. Quero a felicidade dele”, disse ela.
A mãe adotiva e a mãe adotada
Neste ano, foi a vez de mais uma adoção, mais um gesto de amor. Após saber que a viúva de um tio estava em uma situação de abandono em um asilo da Grande João Pessoa, Mônica trouxe a idosa para casa também.
Dona Eliete Lima tem 63 anos, sofre de mal de Alzheimer e foi acolhida como mãe. Fabrício ganhou mais uma avó. “Dou banho nela, ela come sozinha, dorme bem; eu faço tudo com vontade, com gosto; não sei o dia de amanhã; quero fazer bem sem olhar a quem”, disse Mônica.
Por ter amor de sobra, a dona de casa dedica seu tempo a cuidar da família que vai aumentando com o tempo. Ela também está prestes a ser avó, já que uma das filhas está grávida. “Quero estar com meu filho, minhas filhas, minhas mães, vai ser um dia muito feliz”, completou, sobre este Dia das Mães.
FONTE: PORTAL CORREIO
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