Por maioria no TCU, Graça Foster não terá bens bloqueados
Por maioria, o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu
nesta quarta-feira (11) não tornar indisponíveis os bens da
ex-presidente da Petrobras,
Maria das Graças Foster, dentro do processo que investiga
irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006.
Segundo o TCU, o negócio causou à estatal um prejuízo de US$ 792,3
milhões.
A decisão foi tomada por cinco votos a favor e três contra.
A decisão foi tomada por cinco votos a favor e três contra.
"A Petrobras está doente e precisa, em curto espaço de tempo, definir
com precisão o melhor diagnóstico para as causas dessa doença", declarou
o ministro Augusto Nardes, que votou pela indisponibilidade dos bens de
Graça Foster. "Dessa situação que estamos vivendo, o caso de Pasadena
representa apenas um claro sintoma dessa doença. É importante mudança de
rumos no trato de questões críticas dessa companhia. Em vários
momentos, o TCU já alertou que é necessária reformulação na forma de
contratação."
O julgamento ocorreu após 3 adiamentos. Em agosto de 2014, o ministro Aroldo Cedraz pediu vista.
Nas outras duas, a proposta havia sido retirada de pauta pelo próprio
relator do processo, ministro José Jorge, que alegou necessidade de
analisar novas informações.
Troca de comando
Na semana passada, a Petrobras anunciou que Maria das Graças Foster, e outros cinco diretores da petroleira renunciaram ao cargo. A saída da diretoria aconteceu em meio às investigações da Operação Lava Jato de um escândalo de corrupção na estatal e à dificuldade da atual gestão da companhia para quantificar os prejuízos com fraudes em contratos de obras durante anos.
Na semana passada, a Petrobras anunciou que Maria das Graças Foster, e outros cinco diretores da petroleira renunciaram ao cargo. A saída da diretoria aconteceu em meio às investigações da Operação Lava Jato de um escândalo de corrupção na estatal e à dificuldade da atual gestão da companhia para quantificar os prejuízos com fraudes em contratos de obras durante anos.
Na última sexta-feira (6), a estatal informou que o Conselho de Administração da companhia aprovou "por maioria" a eleição de Aldemir Bendine – até então presidente do Banco do Brasil – para a presidência da empresa.
Primeira decisão do tribunal
Em julho do ano passado, o plenário do TCU aprovou, por unanimidade, relatório do ministro José Jorge que aponta prejuízo de US$ 792,3 milhões à Petrobras pela compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006.
Em julho do ano passado, o plenário do TCU aprovou, por unanimidade, relatório do ministro José Jorge que aponta prejuízo de US$ 792,3 milhões à Petrobras pela compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006.
O acórdão cita como possíveis responsáveis pelo prejuízo ex-membros da
diretoria da Petrobras, entre eles o ex-presidente da estatal José
Sérgio Gabrielli, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor
Cerveró e o ex-diretor de Abastecimento e Refino Paulo Roberto Costa,
preso em uma operação da Polícia Federal suspeito de envolvimento em um
esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas (envio de recursos
para fora do país sem declará-los). Todos eles tiveram os bens
bloqueados.
Ao tornar os bens dos suspeitos indisponíveis, o tribunal visa garantir
recursos para ressarcir a empresa no caso de uma condenação ao final do
processo, que ainda está em fase inicial. Os suspeitos ainda vão
apresentar suas defesas para análise do tribunal.
O TCU não apontou entre os possíveis responsáveis a presidente Dilma
Rousseff, presidente do conselho de administração da Petrobras na época
da compra de Pasadena. Isso significa que, no entender do TCU, ela não
teve responsabilidade pelo prejuízo. Antes, o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, havia determinado o arquivamento de apuração
para averiguar se houve crime, por parte de Dilma, na aquisição da
refinaria.
Entenda o caso
Acompra da refinaria de Pasadena negócio também é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), por suspeita de superfaturamento.
Acompra da refinaria de Pasadena negócio também é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), por suspeita de superfaturamento.
A aquisição de 50% da refinaria, por US$ 360 milhões, foi aprovada pelo
conselho da estatal em fevereiro de 2006. O valor é muito superior ao
pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5
milhões. Depois, a Petrobras foi obrigada a comprar 100% da unidade,
antes compartilhada com a empresa belga. Ao final, aponta o TCU, o
negócio custou à Petrobras US$ 1,2 bilhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário