‘Cunha e Calheiros tratam Câmara e Senado como se fossem suas’, reclama cientista político
O cientista político, José Henrique Artigas, reclamou
da tentativa dos presidentes da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha; e
do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB, de tirar o direito do povo de
ocupar a Tribuna nas Casas legislativas e aplaudiu a decisão da
ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia de dar amparo à
população.
“É o cúmulo que o cidadão tenha que entrar na justiça
para requerer direito fundamental que é a transparência, os presidentes
da Câmara e Senado vêm tratando como se fossem suas, de uma forma
patrimonialista, tentando rechaçar o povo da casa que é deles”, reclama.
A União Nacional dos Estudantes precisou entrar na justiça para
Entenda: Cunha proíbe, mas STF libera participação da UNE e Ubes da votação da maioridade penal
O STF (Supremo Tribunal Federal) garantiu, em
decisão da ministra Carmem Lúcia, que os diretores da UNE (União
Nacional dos estudantes) e da UBES (União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas) acompanhem as discussões e votações relacionadas à
redução da maioridade penal no Congresso Nacional. A ministra determinou
a expedição de um salvo-conduto para garantir a 19 diretores o direito
de acompanhar a próxima discussão da PEC, que deve ocorrer no dia 30 de
junho, no plenário da Casa.
Os representantes entraram com o pedido no STF,
após confusão, no dia 10 de junho, em que os estudantes tiveram que sair
da Comissão que votava a PEC. Com a interrupção do debate, que teve
troca de insultos e até uso de spray de pimenta por policiais
legislativos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu
impedir a entrada da população em geral nas próximas sessões da comissão
especial que trata do tema. Na discussão do dia 17, que aprovou o
mérito da proposta, a sala foi liberada apenas para deputados,
assessores parlamentares e profissionais da imprensa.
De acordo com o pedido de habeas corpus, a UNE e a
UBES alegaram que os estudantes estão sendo “violentamente reprimidos
pelos agentes da Polícia Legislativa, sob ordens da Presidência da
Câmara, que pretende lhes negar o acesso à galeria do Plenário, para que
os mesmos não possam se expressar contrários à redução da maioridade
penal”. De acordo com o despacho da ministra, deverão ser “observadas as
normas legais e regimentais e garantido o poder de polícia daquele
órgão para se assegurar o regular andamento dos trabalhos” da Casa.
Cármen Lúcia pediu ainda “informações
pormenorizadas” ao presidente da Câmara e ao presidente da Comissão
Especial, André Moura (PSC-SE), sobre as alegações feitas pelos
estudantes.
Na sessão do dia 17, a comissão especial da Câmara
aprovou por 21 votos a seis a redução da maioridade penal de 18 para 16
anos em casos de crimes inafiançáveis como tortura, tráfico de drogas,
terrorismo e crimes hediondos, além de homicídio doloso e lesão corporal
grave. A aprovação ocorreu após o relator da proposta, Laerte Bessa
(PR-DF), mudar seu parecer original e se aproximar do PSDB.
Com o resultado do dia 17, a expectativa de Cunha é votar a matéria em plenário, no próximo dia 30 de junho, em primeiro turno.
com informações da CBN e Fatos Online
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