Cássio diz que Dilma orienta base para melar a criação da CPI da Petrobras
“As grandes dúvidas não foram esclarecidas”. Assim o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) resumiu a audiência pública com a presidente da Petrobras, Graça Foster, que passou quase seis horas no Senado Federal, nesta terça-feira, 15, tentando explicar o inexplicável.
PASADENA - Para Cássio, o que todo brasileiro quer saber, desde que pipocaram escândalos envolvendo a empresa brasileira, é como explicar a aquisição da refinaria de Pasadena. O senador perguntou por que, de US$ 42,5 milhões, o bem subiu para U$$ 1,25 bilhão em menos de um ano. Por que, também, o Conselho da Petrobras, constituído para esse fim, não observou uma cláusula que é habitual nos contratos.
E o que é ainda pior, na visão do senador paraibano: “A negociação foi feita em 2006. O Governo Federal diz que só tomou conhecimento da cláusula entre a Petrobras e a Astra Oil em 2008. Isto, para mim, já é agravante. Pois bem. De lá para cá, seis anos se passaram e não se puniu o responsável por esse escândalo?” - questionou, indignado.
PATRIMÔNIO - Para Cássio, não se trata de “joguete político”: a Petrobras é um patrimônio da sociedade brasileira e há crime de omissão, corrupção e má gestão. “Fica claro que a presidente Dilma pede investigação total dos fatos, mas orienta a base a melar a criação da CPI para apurar os escândalos na Petrobras" – afirmou.
De fato, o impasse em relação à criação da CPI da Petrobras permanece. Na segunda-feira, o Senado enviou as informações pedidas pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, relatora de dois mandados de segurança em que oposição e governo tentam fazer prevalecer suas posições quanto à CPI.
RETALIAÇÃO - O problema é que a oposição apresentou requerimento para a criação de uma CPI exclusiva da Petrobras e o governo, em retaliação, manobrou a criação de uma “CPI mais ampla”, com denúncias que envolvem Estados governados por partidos de oposição, abrangendo contratos dos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal e obras no Porto de Suape.
Cássio explica que a oposição não é contrária às investigações. Apenas entende que não dá para misturar alhos e bugalhos na mesma comissão de inquérito e querer investigações sérias. “É uma manobra para não investigar” – afirma o senador.
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