Governo pode adotar novas medidas para reduzir contas de luz, diz ministro
O Ministro de Minas e Energia, Eduardo
Braga, em visita à sede de Furnas, em Botafogo, Zona Sul do Rio, nesta
sexta-feira (14), declarou que em outubro ou novembro o governo pode
tomar novas medidas para continuar reduzindo o preço da conta de luz no
país, e que "estamos iniciando um novo ciclo, e com viés de baixa da
nossa tarifa".
Na quinta-feira (13), a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs que a tarifa adicional da
bandeira vermelha tenha uma redução de 18%, a partir de setembro, e que
passe de R$ 5,50 para R$ 4,50 a cada 100 kilowatts / hora (kWh). Eduardo
Braga esteve no Rio de Janeiro para visitar a Subestação Olímpica que
fica dentro do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de
Janeiro.
“Nós acreditamos que, ao contrário dos
pessimistas, que estamos iniciando um novo ciclo, e com viés de baixa
da nossa tarifa, por algumas razões. Primeira porque está entrando
energia nova e mais barata. Tendo mais energias eólicas e térmicas e
hidráulicas com custo diferenciado daquele que nós estávamos usando. Em
outubro e novembro deverá ter novas medidas a serem adotadas no viés
para continuarmos baixando [a tarifa de conta de luz]”, afirmou.
O ministro informou que essa redução é
possível com o desligamento de usinas cujo custo variável unitário
(CVU) da energia estavam acima de R$ 600. E acrescentou que o objetivo
agora é desligar as máquinas que estão com o CVU acima de R$ 400. “Mas
vamos fazer de forma segura, conservadora, degrau por degrau”.
De acordo com Braga, em 2015, havia a
previsão de entrada de novos 6.400 megawatts, e até agosto, já entraram
mais de 3 mil no sistema. “Isso está nos ajudando. Além de que estamos
entrando num período de safra da biomassa, e estamos num período do
vento, então, nossas eólicas estão produzindo bastante, portanto, não há
necessidade de onerar o consumidor”, completou.
Novas medidas a partir de outubro
Eduardo Braga declarou ainda que a
entrada da usina hidrelétrica de Teles Pires, no Mato Grosso, que tem
custo variável unitário menor segundo o ministro, deverá implicar em
novos desligamentos de térmicas. “Por isso, estamos trabalhando com
horizontes e metas de biênios”.
“As novas máquinas de Jirau e Santo
Antônio [ambas em Porto Velho, Rondônia] também estão entrando. Tudo
isso está planejado e organizado em cima de uma estruturação de uma nova
energia. Nós acreditamos que chegaremos ao final do ano com uma análise
do quadro que, confirmado o que estamos projetando, deverá representar a
continuidade desse viés de baixa”, ressaltou.
Período úmido
Eduardo Braga não descartou, no
entanto, que a tarifa de energia possa voltar a subir caso no período
úmido, que começa em dezembro, não chova. Ele acrescentou, contudo, que
não crê que isso seja necessário devido ao início do escoamento das
máquinas de Teles Pires, no Mato Grosso, em outubro e novembro, quando
“devemos estar com a linha até a subestação de Riozinho pronta”.
“Período úmido, dependeremos
de como irá se comportar [o clima]. Nós temos alguns estudos que mostram
algumas tendências, mas é probabilidade, não dá para fazer previsão de
tempo. Temos que analisar a partir daí que teremos em relação ao clima”,
afirmou.
De acordo com ele, a partir de dezembro, começam a entrar as primeiras unidades da usina de Belo Monte, ao norte do Pará.
“Estive em Belo Monte, acompanhando de
perto as obras, e estou bastante confiante que estarmos com sítio
experimental pronto em dezembro, muito provavelmente entrando suas
maquinas a partir de janeiro. São 233 megawattas adicionais que teremos
de energia hidráulica”, afirmou.
Energia nova x custo
O ministro informou ainda que o
custo variável unitário da usina de Belo Monte teria uma tarifa inferior
a R$ 100, assim como Teles Pires, enquanto Jirau e Santo Antônio, teria
um custo de R$ 180, e as eólicas, R$ 150 a R$ 170.
“É uma economia de quase 5 vezes o
valor do CVU que estávamos falando ainda pouco [R$ 600]. Temos bastante
energia bem mais barata. Esse cenário que estamos vivendo agora, é um
novo ciclo, ciclo do viés de baixa”, concluiu.
Renovação das distribuidoras
Braga declarou ainda que, em agosto, deverá haver uma definição sobre a concessão da renovação das distribuidoras,
e que conversou com os membros do TCU durante visita à Subestação do
Parque Olímpico. “Está nos preocupando porque estamos três meses
aguardando definição sobre o tema. Tem impacto grande”.
Dilma x pedaladas
Braga informou ainda que esteve
com membros do Tribunal de Contas da União (TCU) em visita à Subestação
no Rio de Janeiro e questionado pela imprensa, informou que não sentiu
clima de impeachment à presidente Dilma. Nesta quarta-feira (12), o TCU
decidiu dar mais 15 dias para que a presidente Dilma Rousseff apresente
novos esclarecimentos sobre as contas do governo federal de 2014.
“Acho que o Brasil tem maturidade
democrática suficiente para fazer ajustes na sua legislação e
contabilidade, o que estamos discutindo é ajustes contábeis e regulação
contábil. Eles terão que analisar as contas e definir uma nova
parametrização contábil e endividamento, e como é feita a contabilidade
da união”.
“Estão otimistas em relação ao setor
elétrico e otimistas também com relação às nossas expectativas
democráticas. Brasil sairá mais robusto no pós-Lava Jato. Teremos mais
transparência, mais compliance [governança] nas contas públicas, empresa
de economia mista, e empresas públicas. E isso vai trazer melhoras
significativas”, completou.
Subestação
A subestação, que foi construída
para garantir o fornecimento de energia elétrica ao principal centro de
competição dos Jogos Rio 2016, está pronta desde o dia 31 de maio. O
investimento foi de R$ 152 milhões em recursos do Ministério de Minas e
Energia. Braga afirmou que ficou impressionado com a instalação e que
tem certeza que “será um dos bons legados que o Rio receberá das
Olimpíadas”.
“É a primeira instalação pronta dentro
do Parque Olímpico. Trabalho muito bem executado. Quase 14 km de cabos
de alta tensão que foram levados até o Parque Olímpico de forma
enterrada. Seria muito bom se todos as nossas subestações estivessem com
esse padrão. O Brasil tem grande desafio nessa modernização que nós já
temos instaladas”, concluiu.
FONTE: G1
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