Lideranças políticas avaliam manifestações e divergem sobre hipótese de impeachment
PSDB e PT trocam farpas, enquanto manifestantes defendem retirada da presidente e soluções para os problemas do país
Líderes políticos dividem opiniões sobre protestos |
O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), defende o mandato da presidente Dilma. “Quem perde as eleições deve esperar quatro anos, exercer seu papel de cidadão e nas próximas eleições tentar convencer o povo que é o melhor candidato. No meu entender, tanto na esfera estadual, quanto federal, precisam mudar o discurso e a prática, para que o povo volte a acreditar nele”, afirmou.
Mesmo assim, ele critica a condução do País. “O que está em jogo não é apoiar ou não apoiar a presidente. Eu tenho profundas críticas em relação à condução do País. Agora eu luto em defesa do estado de direito, em defesa da estabilidade; se não houver estabilidade neste País, o setor produtivo não volta a andar e o desemprego vai aumentar e não é possível que isso ocorra”.
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), concorda que todos têm o direito de se manifestar, mas defende que o processo ocorrido nas eleições seja mantido, ou seja, que a presidente não saia do cargo. "O Brasil vive um processo de democracia consorciada. Dilma é uma cidadã de bem, que está enfrentando dificuldades, mas trabalha muito pelo País. Ela defende toda essa opinião contraditória, mas nós respeitamos também o que foi decidido nas eleições".
O presidente nacional do PT, José Guimarães, disse que essas manifestações são próprias da democracia e não concorda que grupos de pessoas se mobilizem para que a presidente seja retirada do cargo. “O que se espera é dentro da normalidade da democracia. Não é motivo de preocupação. O que não aceitamos são pessoas travestidas de oposição tentando interditar os mandatos da presidente Dilma e do vice Michel Temer (PMDB)”, afirmou ao Correio Debate, da Rede Correio Sat, nessa sexta-feira (14).
O presidente do PSDB na Paraíba, Ruy Carneiro, falou que as manifestações não são organizadas pelo partido, mas que a legenda apoia, e ele fez críticas à gestão petista. “A crise atual do Brasil foi criada pelo PT, por problemas de gestão. O PT trouxe avanços nas políticas sociais, mas a atual crise que se agrava é fruto da gestão petista e dos escândalos de corrupção”, disse ele ao Correio debate.
Em Maceió (AL), nessa sexta (14), o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, criticou as declarações dadas na quinta pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, durante solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília, em que convocou a militância do PT a sair às ruas com armas na mão.
Aécio disse que os brasileiros sairão às ruas neste domingo levando como arma a Constituição brasileira.
"O Brasil assistiu com perplexidade à declaração, na sede do governo nacional, no Palácio do Planalto, na presença da senhora presidente da República, e sem que ela fizesse qualquer contestação, a palavra de um dirigente sindical, conclamando seus companheiros a se entrincheirarem e pegarem em armas. Quero dizer ao presidente da CUT e, principalmente aos brasileiros, que nós não vamos nos entrincheirar, nós vamos de cabeça erguida para as ruas de todo o Brasil no próximo domingo, levando como nossa única arma a Constituição do Brasil. Essa é a arma de que dispomos para fazer com que a lei seja cumprida", afirmou.
Aécio Neves falou ainda que a presidente Dilma Rousseff e o PT perderam a credibilidade com a sociedade por terem mergulhado o Brasil em uma gravíssima crise e, hoje, pagam o preço de terem mentido aos brasileiros na campanha eleitoral.
O deputado estadual Gervásio Maia (PDMB) lamenta que o Brasil tenha chegado a esta crise e pede rigor nas investigações dos casos de corrupção. "São muitos escândalos, que têm ofuscado, inclusive, algumas conquistas que foram estabelecidas ao logo de muitos anos. É fato que os escândalos são muitos. É preciso que se apure, que as autoridades que acompanham tudo isso façam com que aqueles que erraram possam pagar pelos erros. Eu lamento tudo isso. Nós vínhamos no ritmo muito bom e agora estamos passando por tudo isso”.
O deputado estadual João Gonçalves (PSD) não concorda com o impeachment. "Eu não defendo impeachment; defendo que o povo possa colocar sua insatisfação nas ruas. Não serão correntes políticas que irão induzir a população a dizer o que é melhor para o País”.
FONTE: PORTAL CORREIO
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