Mais de 700 pessoas morrem pisoteadas durante peregrinação a Meca na Arábia Saudita
Centenas de pessoas morreram após uma confusão durante a peregrinação anual a Meca,
na Arábia Saudita, nesta quinta-feira (24), informou a Defesa Civil
saudita, de acordo com as agências internacionais de notícias.
O balanço mais recente de mortos é de 717 pessoas, segundo o órgão, e ainda deve aumentar.
Pelo menos 805 pessoas ficaram feridas, segundo a Reuters. Não há registro de vítimas brasileiras, afirmou o Itamaraty em nota.
O tumulto ocorreu na Rua 204 da cidade
de Mina, localidade onde os peregrinos permanecem hospedados por vários
dias durante o clímax do hajj e que está situada a poucos quilômetros
de Meca. A tragédia teria sido causada pelo grande número de pessoas
aglomeradas no local.
'Falta de disciplina'
Um ministro saudita disse na TV
local que o incidente foi causado pela "falta de disciplina" dos
peregrinos, segundo a France Presse.
Horas depois do ocorrido, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed ben Nayef, ordenou uma investigação, afirmou a agência oficial SPA.
A decisão foi tomada durante uma reunião em Mina com os principais responsáveis pelo hajj, presidida pelo príncipe herdeiro.
O rei Salman disse que ordenou uma revisão dos planos da Arábia Saudita para a peregrinação anual
Apedrejamento do diabo
A Rua 204 é uma das duas principais
artérias que conduzem do acampamento em Mina para Jamarat, onde os
peregrinos realizam o ritual de "apedrejamento do diabo", atirando
pedras em três grandes pilares.
A segurança durante o hajj é uma
questão politicamente sensível para a dinastia Al Saud, que controla a
Arábia Saudita e se apresenta internacionalmente como guardiã do Islã
ortodoxo e responsável por seus locais mais sagrados em Meca e Medina.
O governo gastou bilhões de dólares
na modernização e expansão da infraestrutura para o hajj e em tecnologia
de controle de multidão nos últimos anos. O último grande incidente com
mortes havia ocorrido em 2006, quando pelo menos 346 peregrinos
morreram em um tumulto.
Confusão
A tragédia desta quinta-feira ocorreu
perto de uma das pilastras de apedrejamento, quando várias pessoas que
deixavam o local se encontraram com um grande número de peregrinos que
desejavam ter acesso.
Os fiéis têm acesso à área das
pilastras por túneis e vias elevadas e, nos últimos anos, as autoridades
realizaram obras importantes para facilitar o deslocamento das pessoas e
evitar acidentes como o desta quinta-feira.
Os esforços para melhorar a segurança
em Jamarat incluíram a ampliação dos três pilares e a construção de uma
ponte de três níveis em torno deles para aumentar a área e o número de
pontos de entrada e saída para os peregrinos que cumprem o ritual.
Vítimas
Segundo as autoridades, há vítimas de várias nacionalidades.
Até o momento, não foram divulgados os
motivos que teriam provocado uma correria em Mina, cidade que realizou
nos últimos anos obras de infraestruturas para facilitar o deslocamento
dos peregrinos.
O aiatolá iraniano Ali Khamenei
afirmou que o governo saudita deve aceitar sua "pesada responsabilidade"
no acidente e também tomar as medidas necessárias, baseadas na Justiça e
no direito.
FONTE: G1
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