Dilma lança programa e pede 'tolerância zero' à violência contra mulher
A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira (13) "tolerância zero" à violência contra as mulheres ao lançar programa de R$ 265 milhões para atendimento especial a elas. O pacote deverá ser uma das principais vitrines da petista na campanha de reeleição no próximo ano.
A importância simbólica do evento se deu pela presença de praticamente todos os ministros do governo na cerimônia realizada no Palácio do Planalto, além dos presidentes do STF, Joaquim Barbosa, do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, além do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel.
Dando continuidade a uma sequência de alfinetadas na oposição em seus últimos discursos, Dilma aproveitou a cerimônia para atacar os críticos ao governo federal dizendo que ainda não foi questionada sobre a eficiência das políticas públicas de seu governo.
"Me alegro muito hoje porque nós não temos sido questionados por uma verdade que afirmamos. Numa democracia sempre se questiona. Que nos somos um governo com maior volume de políticas publicas para mulheres em nossa historia", disse.
"Ter tolerância zero significa combater e erradicar todas as formas de violência", disse durante lançamento do programa batizado de "Mulher, Viver Sem Violência".
Durante a cerimônia, que contou a presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e cinco governadores, Dilma reclamou com o cerimonial que muitas mulheres assistiam aos discursos em pé.
Segundo o governo, serão investidos R$ 265 milhões em dois anos para construir e manter centros de atendimento integrado em todas as 27 capitais, ampliar a central de telefone de atendimento à mulher, fazer campanhas de conscientização e organizar atendimento humanizado em lugares como hospital, instituto médico legal e posto
policial.
Nesta quarta, aos gritos de "olé, olé, olá, Dilma, Dilma", a presidente assinou atos e distribuiu beijos, abraços e até cheques de R$ 20 mil para dez grupos produtivos de mulheres com experiências classificadas como inovadoras pelo governo.
Até o presidente doSTF, Joaquim Barbosa, participou da entrega dos cheques.
A criação dos centros integrados de assistência social, psicológica e financeira, batizados de "Casa da Mulher", havia sido anunciada por Dilma na última sexta (8), no pronunciamento em homenagem ao Dia das Mulheres.
Inspirado na experiência de El Salvador, a Casa da Mulher deve ser uma das vitrines da campanha de reeleição da presidente.
Além de prever investimentos em outras áreas, a versão brasileira vai ser mais enxuta que a Cidade da Mulher, implantada pela primeira dama de El Salvador,Vanda Pignato. Brasileira e filiada ao PT, Vanda se reuniu com Dilma em fevereiro para apresentar o projeto que reúne num só local 15 tipos diferentes de serviços para mulheres.
No caso brasileiro, a ideia é oferecer às mulheres cursos profissionalizantes, acesso a microcrédito, alojamento e transporte, além de juizados especiais, delegacias especializadas e atendimento humanizado para vítimas de violência.
Para isso, é necessária a adesão dos governos estaduais. Apesar da ausência de 22 governadores na cerimônia de hoje, embora tenham sido convidados, a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, disse ter conversado com todos eles ontem, por telefone, e que ouviu garantias de que os Estados participarão dos centros integrados.
O governo quer evitar uma peregrinação das mulheres vítimas de violência em diferentes órgãos em busca de proteção. "Faltava consolidar a rede de proteção. Com esse programa será possível o acompanhamento das etapas pela qual a mulher passa", disse a ministra.
Folha Online
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