União Europeia busca estimular consenso no Egito
Responsável pela política externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton encontrou-se neste domingo com o presidente do Egito, Mohamed Mursi, para encorajar os líderes do país na busca de um consenso nacional que possibilite atacar os problemas econômicos e políticos.
"Este é um momento crítico para a transição egípcia. O país enfrenta grandes desafios econômicos e políticos", disse Catherine Ashton, num comunicado antes da conversa com Mursi.
O Egito está no meio de uma negociação, por muito tempo adiada, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um empréstimo de 4,8 bilhões de dólares.
A reserva egípcia de moeda estrangeira diminuiu, a moeda do país se desvalorizou, e há alertas de futuros cortes de energia e falta de combustível.
"Mais do que nunca, a Europa - como parceira e vizinha - tem que apoiar o Egito em seu movimento em direção a uma democracia profunda e inclusiva. Vou trabalhar duro no Cairo para me engajar com todos os partidos para ajudar a construir confiança e encontrar um consenso para ambos os temas políticos e econômicos", declarou Ashton.
Ela deve se encontrar com seis principais líderes da oposição, mas diplomatas da União Europeia afirmam que as possibilidades de diálogo entre o governo liderado pela Irmandade Muçulmana e os seus opositores liberais e os de esquerda são remotas depois da mais recente onda de violência política.
A oposição acusa Mursi de monopolizar o poder e reprimir a mídia independente e a sociedade civil, com o uso do promotor público, as forças de segurança e um projeto de lei para regular organizações não governamentais.
Os simpatizantes de Mursi dizem que a oposição tenta minar a legitimidade do governo e estimula a violência ao recusar o diálogo, ameaçar um boicote contra as eleições parlamentares e transmitir propaganda hostil.
Os Estados Unidos, que dão 1,5 bilhão de dólares de ajuda ao Egito, fizeram na semana passada a sua crítica mais dura até agora contra as autoridades do país.
Os EUA falaram da "tendência perturbadora de crescentes restrições à liberdade de expressão".
Numa moção, em março, o Parlamento Europeu defendeu que a UE não desse apoio orçamentário ao Egito, se o país não fizesse progressos em relação aos direitos humanos e à governança democrática.
Terra
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