População protesta contra o fechamento de maternidade na Paraíba; prefeitura explica
Casa
de saúde é filantrópica e atende a cerca de 800 pacientes mensais de
municípios de Esperança e região; atendimento vem se restringindo
somente ao setor ambulatorial e internamentos já estão suspensos
Protesto por atendimento em maternidade |
De acordo com os manifestantes, a maternidade se constitui em uma unidade importante que atende a população carente de vários municípios da região de Esperança. Eles se concentraram na Praça da Cultura, no Centro da cidade, e seguiram em caminhada até a sede da Prefeitura da cidade, onde fizeram um ato público.
Desde a segunda-feira (23), o atendimento na maternidade, que é filantrópica, foi restringido ao setor ambulatorial e os internamentos estão suspensos.
O vice diretor da São Francisco, Vagner Gomes, informou ao Portal Correio que o principal motivo para o fechamento da maternidade seria o atraso em repasse no valor de R$ 122 mil. Esse dinheiro deveria ter sido repassado pela Prefeitura de Esperança, segundo o dirigente da maternidade, mas o órgão alega que não tem como arcar com a dívida que é de gestões anteriores. "São verbas que deveriam ter sido repassadas pela atual administração porque quando um gestor assume, ele também assume os débitos".
Ele informou ainda que a maternidade está com a folha de pagamento em atraso tanto dos médicos quanto dos demais funcionários. Os recursos mensalmente repassados pela prefeitura somam R$ 30 mil e o débito citado diz respeito a quatro meses deixados pela gestão anterior e também pela presidente da Câmara Municipal, Cristina Almeida, que assumiu interinamente, conforme Vagner.
O prefeito do Município, Anderson Monteiro (PSC), no entanto, disse que a gestão dele está em dia com o repasse dos recursos destinados à Maternidade e Santa Casa São Francisco de Assis.
Ele informou que, quanto ao valor que está em atraso, são quatro meses que não foram pagos por gestões anteriores que a atual não tem condições de arcar. Ele disse ainda que o problema da unidade médica é que somados os valores de R$ 70 mil que devem ser repassados pela Prefeitura de Esperança (R$ 30 mil), e pelo governo do Estado, que é de R$ 40 mil, não seriam suficientes para manter aquela casa de saúde.
"Nós estivemos em uma audiência convocada pelo Ministério Público do Estado, com participação de representantes do governo do Estado e de vários municípios da região e da direção daquela casa de saúde e mostramos que a situação financeira dos Municípios é preocupante; nós não temos condições de arcar com a situação da Saúde pública", reclamou.
Ele informou que uma das principais pautas levadas à reunião dos gestores municipais com o governo federal em Brasília "é justamente esta questão da precariedade e da falta de recursos para a saúde, principalmente nas pequenas cidades".
FONTE: PORTAL CORREIO
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