Sistema Cantareira tem março mais chuvoso desde 2008
O Sistema Cantareira teve o mês de março mais chuvoso desde 2008, segundo cálculos baseados nos boletins divulgados pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). O manancial, que abastece 5,6 milhões de pessoas na Grande São Paulo, completou a 25ª alta seguida e subiu de 18,9% para 19% nesta terça-feira (31).
Considerando a nova medição adotada neste mês, que inclui os volumes mortos na capacidade total do sistema, o nível do Cantareira subiu de 14,6% para 14,7%.
Considerando a nova medição adotada neste mês, que inclui os volumes mortos na capacidade total do sistema, o nível do Cantareira subiu de 14,6% para 14,7%.
Período | Chuva |
---|---|
Março de 2008 | 210,7 mm |
Março de 2009 | 162,0 mm |
Março de 2010 | 173,0 mm |
Março de 2011 | 132,3 mm |
Março de 2012 | 77,7 mm |
Março de 2013 | 130,3 mm |
Março de 2014 | 193,3 mm |
Março de 2015 | 206,5 mm |
Os reservatórios receberam 206,5 milímetros (mm) de chuva neste mês, contra 210,7 milímetros em março de 2008. O número supera a média histórica em 16% e é 6,8% maior que os 193,3 mm de março do ano passado.
O verão foi o mais chuvoso desde 2011 e minimizou os prejuízos da crise. Mas a situação ainda é crítica.
O período mais seco começa em abril e vai até setembro, e os seis reservatórios que abastecem a Grande São Paulo iniciam este período com 34% menos água do que no mesmo dia do ano passado. São 589,5 bilhões de litros, contra 893,7 bilhões de litros em 2014.
Apenas a segunda cota do volume morto do Cantareira foi recuperada e para cobrir a primeira, será necessário chegar a 29,2%, ou seja, 0% do volume útil. A título de comparação, há um ano, o nível estava em 13,4% do volume útil, mas ainda não havia feito uso dos 287,5 bilhões de litros dos dois volumes mortos.
Racionamento
Em entrevista ao G1 no dia 13, o secretário de Recursos Hídricos, Benedito Braga, afirmou que o governo poderá dizer, entre abril e maio, se o racionamento será necessário.
Em entrevista ao G1 no dia 13, o secretário de Recursos Hídricos, Benedito Braga, afirmou que o governo poderá dizer, entre abril e maio, se o racionamento será necessário.
Novo método
A Sabesp passou a divulgar desde terça-feira (17) duas formas de medição do nível de água armazenado no Sistema Cantareira.
A Sabesp passou a divulgar desde terça-feira (17) duas formas de medição do nível de água armazenado no Sistema Cantareira.
A publicação do novo gráfico foi feita após recomendação do Ministério Público (MP), que pediu mais detalhes da situação do manancial com o uso de duas cotas do volume morto desde 2014.
Até então, a Sabesp não inseria no cálculo a quantidade de litros acrescentada pelas reservas técnicas (182,5 bilhões de litros do volume morto 1 e 105 bilhões de litros do volume morto 2) autorizadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica (DAEE).
A conta para chegar ao índice do nível do reservatório só considerava o volume útil do sistema, que é de 982 bilhões de litros.
Para dar "mais transparência às informações", segundo nota oficial, a Sabesp apresentará também um gráfico considerando o volume útil e o volume morto, especificando o volume total do sistema para cada situação.
A companhia informou, por meio da assessoria de imprensa, que apesar da divulgação de dois gráficos, o índice oficial para série histórica será o mesmo de antes e que o volume de água disponível para a população não sofreu alteração. As duas formas de medição podem ser encontradas na página na internet da Sabesp.
Queda no nº de clientes
Antes da crise, o Cantareira abastecia 8,8 milhões de pessoas, mas hoje produz água para 5,6 milhões de clientes na Grande São Paulo.
Antes da crise, o Cantareira abastecia 8,8 milhões de pessoas, mas hoje produz água para 5,6 milhões de clientes na Grande São Paulo.
O sistema conseguiu recuperar apenas uma quantidade de água equivalente a segunda cota do volume morto. O sistema teve um corte de 56% na vazão em relação a fevereiro de 2014. A quantidade de água fornecida passou de 31,77 mil litros por segundo para 14,03 mil litros/segundo.
Já o Guarapiranga aumentou a vazão de 13,77 mil litros por segundo para 14,9 litros/segundo, e se tornou o maior reservatório de São Paulo.
FONTE: G1
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