Eletrobrás aceita proposta do governo e luz ficará mais barata em
mais de 70% do País
As elétricas Eletrobras, Cesp (Centrais Elétricas de São Paulo) e Cteep
(Companhia de Transmissão Paulista) abriram nesta segunda-feira (3), durante
assembleia, o debate sobre a proposta do Governo Federal para a renovação das
concessões que vencem em 2015 e 2017. A Eletrobras, maior do País, aceitou a
renovação nessa tarde, reforçando as expectativas de conta de luz mais barata,
anunciada pela presidente Dilma Rousseff em setembro.
Enquanto a Cteep
discute se assina o acordo ou entrega seus ativos ao governo em 2015 e 2017, a
controladas da Eletrobras contam por 70% da transmissão do País, e indicam que a
luz ficará mais barata nos próximos anos. A Cesp não fechou o acordo.
O acordo com a Eletrobras é um sinal de que a queda de braço entre o
governo e as companhias do setor pode chegar ao fim, uma vez que o plano de
governo para luz elétrica mais barata se traduz em lucros menores aos
acionistas. As empresas serão indenizadas pelo governo, em
contrapartida.
A indenização à Eletrobras pela renovação antecipada das concessões foi
aprovada nesta tarde, uma vez que o governo deu garantia aos novos investimentos
da elétrica. O principal acionista da empresa é o Governo Federal, mas os
minoritários foram contra a renovação até sexta-feira (30) passada, quando o
governo ainda não tinha ampliado para R$ 10 bilhões (ou em 50%) a soma das
indenizações oferecidas às companhias.
Os acionistas da Cesp, por outro lado, decidiram pela não renovação
das concessões das hidrelétricas da empresa nos moldes propostos pelo
governo. Ao decidir não renová-las, a empresa garantirá o fluxo de
caixa nos níveis atuais até o vencimento dos contratos (2015), ao contrário da
Eletrobras.
Até agora, a Cesp representa o maior revés para o plano do governo para
reduzir a conta de luz, na média, em 20% a partir de 2013.
O plano consiste baixar a conta de luz por meio de diminuição de impostos e
preço da tarifa. Ao renovar as concessões antecipadamente, o governo garante o
preço da tarifa, mas os acionistas das companhias se dizem inseguros pelo fato
de a MP (Medida Provisória) que trata o assunto ainda tramitar no
Congresso.
Segundo a Cesp, se houver modificações na MP a empresa topa se reunir com o
governo.
Cerca de dois terços da capacidade instalada de geração de energia da Cesp
são de ativos cujas concessões venceriam em 2015. Parte da energia das usinas
atingidas pela renovação já está vendida para o mercado livre até o término da
concessão.
A Cteep, por outro lado, recomendou a prorrogação do contrato de concessão
de seus ativos que vence em 2015, em razão da alteração que permitirá que
investimentos em transmissão realizados até maio de 2000 recebam
indenização.
O governo ainda não apresentou os números de indenização adicionais depois
que alterou as regras da prorrogação antecipada e condicionada das concessões do
setor elétrico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário