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sábado, 18 de maio de 2013

POLÍTICA


Após convenção, presidente nacional do PSDB diz que partido quer Cássio candidato a governador em 2014

Aclamado pela militância como "futuro presidente da República", Aécio disse buscar inspiração nos legados de seu avô Tancredo Neves
Aécio na convenção


Aécio na convençãoO presidente nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Aécio Neves, declarou neste sábado (18), em Brasília que quer o senador Cássio Cunha Lima como candidato a Governador da Paraíba nas eleições de 2014.
"Temos o direito de sonhar. Eu ficaria honrado em ver o colega senador Cássio Cunha Lima como candidato ao Governo do Estado da Paraíba pelo nosso partido em 2014”, disse o senador de Minas Gerais e pré-candidato a Presidência da República, pouco tempo depois de ter assumido a direção nacional do partido durante a convenção tucana, em almoço da comitiva paraibana.
Durante a convenção, ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do ex-governador José Serra, Aécio fez um discurso de candidato e atacou as fragilidades do governo Dilma Rousseff, como a falta de infraestrutura, a volta da inflação, dos problemas da educação, saúde e segurança.

"O PT disse na propaganda que eles deram os primeiros passos, mas os primeiros passos foram dados ainda antes de nós, com a retomada da democracia, a retomada da estabilidade econômica e depois o início da transferência de renda. Tudo isso com a participação do PSDB", afirmou.
Antes da convenção, o senador paraibano Cícero Lucena participou de uma reunião com o ex-presidente Fernando Henrique.

Antes da convenção

Foto: Antes da convenção
Créditos: @cicerolucena
Aclamado pela militância como "futuro presidente da República", Aécio disse buscar inspiração nos legados de seu avô Tancredo Neves e de tucanos como Mário Covas e Fernando Henrique e Ruth Cardoso no momento em que se completa 20 anos da "maior transformação da história recente do País": o Plano Real. O tucano aproveitou para defender o governo de Fernando Henrique, atacou a usurpação de ideias do PSDB, como a estabilidade econômica e os programas de transferência de renda.
O tucano acusou os adversários de se esqueceram sua história, de se dedicarem a um projeto de poder. "Não queremos a hegemonia do que quer que seja", afirmou. Ele criticou sua relação com a base aliada, dando como exemplo o recente embate entre o Planalto e os aliados na Câmara dos Deputados. "Para que uma base paquidérmica? Para não fazer nada?". Aécio também atacou a relação do governo com o Supremo Tribunal Federal. "Nossos adversários veem atentando contra a democracia, querendo colocar o garrote no Supremo, cercear a imprensa e inibir a livre movimentação das forças partidárias". Aécio também defendeu a realização de reformas que o atual governo não fez.
Não faltaram críticas também à política de alianças do atual governo. "Nunca se viu antes na história do País um nível tão ousado de aparelhamento e compadrio. Este é um governo dos amigos, com os amigos, para os amigos e pelos amigos", acusou. Aécio listou as obras inacabadas do governo. Sobre a Petrobras, Aécio apontou a má gestão, "a maior vítima do aparelhamento das empresas públicas empreendido pelo PT".
Relacionando o partido ao governo que atacou a hiperinflação, que criou a Lei de Responsabilidade Fiscal e que os primeiros programas de transferência de renda do governo federal, Aécio afagou seu rival José Serra e destacou seu trabalho à frente do Ministério da Saúde. O novo líder da sigla também defendeu as privatizações do governo FHC. "Garantimos a abertura da economia, com as privatizações. E abrimos as portas do mercado de consumo a milhões de brasileiros", afirmou.
Em seu discurso, Aécio também focou "nos mais pobres". "Queremos que o cartão do Bolsa Família seja um passaporte para o futuro, não um documento aprisionado ao presente", atacou. "Está na hora de mudar o slogan do governo que diz: 'País rico é país sem pobreza'.O correto seria: 'País rico é país com educação'", emendou. Ele cobrou educação e Saúde de qualidade. Aécio também criticou a atuação do governo Dilma na área da segurança pública. "Chega de remendos, de improvisos, de omissões", afirmou.
União. Durante o evento, que teve o tom de lançamento de campanha presidencial, os tucanos falaram em esgotamento do projeto atual do PT, defenderam a ética na política e pregaram a união do partido em torno de Aécio. "A união é fundamental. Nosso grupo tem que se unir e propor", afirmou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. O discurso foi seguido pelo governador de Goiás, Marconi Perillo. "Vamos provar para o Brasil que somos capazes, que somos competentes, que temos espírito publico, que sabemos administrar o dinheiro público com parcimônia", defendeu o tucano, que chamou, em várias ocasiões, o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva de "canalha".
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que discursou por mais de 20 minutos e acompanhou o evento ao lado de Aécio, pediu que o PSDB esteja mais próximo da população. "Temos de ouvir o País", recomendou.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sinalizou que os tucanos paulistas apoiarão o mineiro na sucessão presidencial de 2014. Em tom de brincadeira, Alckmin disse que em São Paulo ele (Alckmin) é "acusado de ser o paulista mais mineiro" do Estado e que Aécio é "injustamente" atacado por ser o mineiro "mais carioca". "Se precisar, ele (Aécio) vai ser o mais paulista dos mineiros", afirmou.
O ex-governador de São Paulo José Serra, que chegou na convenção do partido 10 minutos após Aécio, discursou por quase 15 minutos e disse que nunca colocou a paixão à frente da razão em suas decisões políticas. "Com os olhos em 2014 e no futuro do Brasil, continuarei a atuar em favor da unidade das oposições e de quantos entendam que é chegada a hora de dar um basta à incompetência orgulhosa", disparou o tucano, que focou sua fala em críticas ao PT.
"O PT se mostrou incapaz de construir uma economia que possa crescer de maneira sustentável. Ao final do decênio petista, a realidade é o baixo investimento, as obras cada vez mais lentas e cada vez mais caras. O déficit externo crescente, a subida da inflação, a responsabilidade fiscal em risco, a deterioração da infraestrutura, a perda de competitividade e a desindustrialização", observou. Ele afirmou também que "a pior privatização que poderia ocorrer é a privatização do Estado" e defendeu a "reestatização do Estado brasileiro. " Vamos buscar convergência, não apenas no PSDB, mas com todos que estejam dispostos a marchar pela decência, liberdade, justiça."

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