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quarta-feira, 1 de maio de 2013

PÓLO INDUSTRIAL DE PERNAMBUCO/PARAÍBA


Empresários de Pernambuco querem ação com a Paraíba para polo produtivo

Jorge Côrte Real destacou que os estados deveriam, por exemplo, buscar ações conjuntas no semiárido e também verificar quais as vocações competitivas podem ser exploradas para dinamizar a economia
Divisa dos dois Estados será polo industrial


Divisa dos dois Estados será polo industrialA Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) defende mais ações conjuntas com a Paraíba para consolidar polos produtivos e gerar desenvolvimento econômico sustentável. O presidente da Federação, Jorge Côrte Real, avaliou que a proposta de criação de um núcleo nos municípios do entorno da fábrica da Fiat é bastante produtiva e disse que os estados deveriam estudar melhor a fronteira para identificar novas potencialidades econômicas.
“Isso é fundamental quando se fala em desenvolvimento regional. Quanto mais avançar para a Paraíba, melhor, e não só nos municípios de Pernambuco. Temos que consolidar polos produtivos porque nenhuma microrregião se desenvolve sozinha, tem que crescer de forma sustentável. Temos muito potencial de fazer ações conjuntas, temos condições parecidas. Nossa fronteira é grande e esse desenvolvimento mútuo pode ajudar muito”, afirmou.
Jorge Côrte Real destacou que os estados deveriam, por exemplo, buscar ações conjuntas no semiárido e também verificar quais as vocações competitivas podem ser exploradas para dinamizar a economia. Ele disse que é possível fazer pesquisas para identificar essas potencialidades, entre estas algumas tradicionais como têxteis, algodão e mandioca. Além disso, ele defende buscar novas oportunidades e vocações na área e focar em ações que melhorem a infraestrutura.
O presidente da Fiepe frisou que os estados estão demonstrando uma ação de grande potencial de desenvolvimento que é na área onde será instalada a montadora de veículos. Ele acredita que a proposta de criação da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento (Ride) poderá alavancar ainda mais o crescimento na área. Jorge Côrte avaliou que a Paraíba possui produtos que se integram para compor um arranjo produtivo na fronteira, como as fábricas de cimento.
Ele também afirmou que a duplicação da BR-101 já trouxe um ambiente mais favorável para investimentos entre os estados. “A Fiat terá uma repercussão forte na Paraíba. O mercado imobiliário terá incremento por conta dos investimentos, porque é mais próximo que Recife. A Paraíba deve ser incluída nessa região de influência e essa integração é fundamental para consolidar esse polo da região”, avaliou.
O presidente da Fiepe, Jorge Côrte Real, disse que Pernambuco tem se preocupado com a potencialização dos investimentos estruturantes e que trazem uma gama de empresas que gerem mais investimentos e empregos. Ele relatou que a Federação tem buscado apoiar o governo na promoção econômica e capacitação da mão de obra. Ele contou, ainda, que o estado tem utilizado como instrumentos para atração de empreendimentos a infraestrutura, como o porto de Suape, e incentivos fiscais. Jorge Côrte disse que os principais focos são os pólos petroquímicos e o naval, além do automotivo.
Empreendimentos devem gerar negócios
Para o professor de economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Alysson André Cabral, a Paraíba também tem atraído empresas, mas precisa trazer empreendimentos que tenham capacidade de gerar outros negócios e desdobrar processos que beneficiem a economia de forma mais ampla. Segundo ele, falta mais força política para conseguir a instalação de empreendimentos e obras estruturantes que são conseguidas em Pernambuco.
“Nossa indústria tem se mantido com uma participação interessante no PIB, mas a qualidade da indústria que vem deixa a desejar porque tem pouca capacidade de gerar negócios correlatos. Mesmo atraindo empresas, não estamos atraindo empreendimentos que possam desencadear isso. Estamos conseguindo mais indústrias de calçados, roupas, e o efeito multiplicador é pequeno”, afirmou.
De acordo com o professor, as ações em parceria entre os estados são produtivas, mas a Paraíba não pode apenas buscar benefícios através do crescimento econômico de Pernambuco. “O Estado não dispõe de infraestrutura, não temos porto gigantesco como Suape e as empresas precisam disso para embarcar suas produções. É algo necessário para atrair investimento. Aeroporto também é necessário, mas o que temos é basicamente o transporte terrestre”, avaliou.
O professor Alysson Cabral também avaliou que é bastante positiva a criação da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento, que vai agrupar Alhandra, Caaporã, Conde, Pedras de Fogo e Pitimbu, na Paraíba, e Goiana, Igaraçu, Itamaracá e Itapissuma, em Pernambuco, envolvendo o local de instalação da fábrica da Fiat. O projeto de criação do núcleo está sendo formulado pelos governos dos dois estados e a ideia é captar recursos públicos para investir em infraestrutura e atrair mais empresas.
“Quer queira, quer não, vamos nos beneficiar muito porque a fábrica trará um desdobramento para nosso estado. Nossa capital está muito mais próxima do que Recife e, além das fábricas, vamos ter o pessoal qualificado que virá morar aqui, em João Pessoa e no Conde. Essas ações conjuntas são positivas”, destacou.

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