Empresários de Pernambuco querem ação com a Paraíba para polo produtivo
Jorge Côrte Real destacou que os estados deveriam, por exemplo, buscar ações conjuntas no semiárido e também verificar quais as vocações competitivas podem ser exploradas para dinamizar a economia

Jorge Côrte Real destacou que os estados deveriam, por exemplo, buscar ações conjuntas no semiárido e também verificar quais as vocações competitivas podem ser exploradas para dinamizar a economia. Ele disse que é possível fazer pesquisas para identificar essas potencialidades, entre estas algumas tradicionais como têxteis, algodão e mandioca. Além disso, ele defende buscar novas oportunidades e vocações na área e focar em ações que melhorem a infraestrutura.
O presidente da Fiepe frisou que os estados estão demonstrando uma ação de grande potencial de desenvolvimento que é na área onde será instalada a montadora de veículos. Ele acredita que a proposta de criação da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento (Ride) poderá alavancar ainda mais o crescimento na área. Jorge Côrte avaliou que a Paraíba possui produtos que se integram para compor um arranjo produtivo na fronteira, como as fábricas de cimento.
Ele também afirmou que a duplicação da BR-101 já trouxe um ambiente mais favorável para investimentos entre os estados. “A Fiat terá uma repercussão forte na Paraíba. O mercado imobiliário terá incremento por conta dos investimentos, porque é mais próximo que Recife. A Paraíba deve ser incluída nessa região de influência e essa integração é fundamental para consolidar esse polo da região”, avaliou.
O presidente da Fiepe, Jorge Côrte Real, disse que Pernambuco tem se preocupado com a potencialização dos investimentos estruturantes e que trazem uma gama de empresas que gerem mais investimentos e empregos. Ele relatou que a Federação tem buscado apoiar o governo na promoção econômica e capacitação da mão de obra. Ele contou, ainda, que o estado tem utilizado como instrumentos para atração de empreendimentos a infraestrutura, como o porto de Suape, e incentivos fiscais. Jorge Côrte disse que os principais focos são os pólos petroquímicos e o naval, além do automotivo.
Empreendimentos devem gerar negócios
Para o professor de economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Alysson André Cabral, a Paraíba também tem atraído empresas, mas precisa trazer empreendimentos que tenham capacidade de gerar outros negócios e desdobrar processos que beneficiem a economia de forma mais ampla. Segundo ele, falta mais força política para conseguir a instalação de empreendimentos e obras estruturantes que são conseguidas em Pernambuco.
“Nossa indústria tem se mantido com uma participação interessante no PIB, mas a qualidade da indústria que vem deixa a desejar porque tem pouca capacidade de gerar negócios correlatos. Mesmo atraindo empresas, não estamos atraindo empreendimentos que possam desencadear isso. Estamos conseguindo mais indústrias de calçados, roupas, e o efeito multiplicador é pequeno”, afirmou.
De acordo com o professor, as ações em parceria entre os estados são produtivas, mas a Paraíba não pode apenas buscar benefícios através do crescimento econômico de Pernambuco. “O Estado não dispõe de infraestrutura, não temos porto gigantesco como Suape e as empresas precisam disso para embarcar suas produções. É algo necessário para atrair investimento. Aeroporto também é necessário, mas o que temos é basicamente o transporte terrestre”, avaliou.
O professor Alysson Cabral também avaliou que é bastante positiva a criação da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento, que vai agrupar Alhandra, Caaporã, Conde, Pedras de Fogo e Pitimbu, na Paraíba, e Goiana, Igaraçu, Itamaracá e Itapissuma, em Pernambuco, envolvendo o local de instalação da fábrica da Fiat. O projeto de criação do núcleo está sendo formulado pelos governos dos dois estados e a ideia é captar recursos públicos para investir em infraestrutura e atrair mais empresas.
“Quer queira, quer não, vamos nos beneficiar muito porque a fábrica trará um desdobramento para nosso estado. Nossa capital está muito mais próxima do que Recife e, além das fábricas, vamos ter o pessoal qualificado que virá morar aqui, em João Pessoa e no Conde. Essas ações conjuntas são positivas”, destacou.
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