Brasil é o 19º país das Américas em oferta de profissionais de saúde, diz OMS
O Brasil é o 19º país das Américas no ranking de oferta de profissionais
da saúde. São 31,4 profissionais para cada 10 mil habitantes, segundo
relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado nesta
segunda-feira (11), em Pernambuco.
O país tem mais profissionais do que o mínimo recomendado pela
organização (22,8 para cada 10 mil habitantes), mas ainda tem menos que
os 34,5 por 10 mil que caracterizam uma cobertura universal da saúde.
De acordo com a OMS, 83 países têm menos que o mínimo recomendado e cem
contam com menos que 34,5 profissionais para cada 10 mil habitantes,
como o Brasil.
O Brasil está atrás de países como Cuba (134,6), Estados Unidos (125,1), Venezuela (67,4), Argentina (37) e Paraguai (34,4).
Mas fica à frente de outras 17 nações, como México (26,5), Colômbia (26,1), Jamaica (19,7) e Haiti (3,6).
Nas Américas, 70% dos países têm o mínimo recomendado de profissionais da saúde, segundo relatório da OMS.
Em todo o mundo, faltam 7,2 milhões de profissionais. Este número pode chegar a 12,9 milhões em duas décadas se nada for feito.
O relatório foi apresentado durante o terceiro Fórum Global de Recursos
Humanos para a Saúde, que reúne representantes de 98 países.
O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério
da Saúde, Mozart Sales, reconheceu que ainda há muito a fazer, mas
afirmou que o governo tem tomado medidas para garantir cobertura global
de saúde e uma distribuição mais equilibrada dos profissionais em todas
as regiões do país.
"Estamos estudando toda a demografia dos profissionais para implementar
políticas", afirmou Sales. "Precisamos de mecanismos de atração para que
os profissionais de saúde se sintam atraídos para certas regiões e
permaneçam lá", disse.
MUNDO
A maioria dos países mais carentes em profissionais de saúde está na
África subsaariana. A deficiência de formação de profissionais nessa
região do planeta está entre os motivos que justificam a liderança.
De acordo com a OMS, há apenas 168 escolas de medicina nos 47 países da
África subsaariana. Em 11 deles, não há cursos de medicina. Em 24, há
apenas uma escola para formar médicos.
Além dos problemas de formação, os países pelo mundo têm encontrado
dificuldade em manter os profissionais na atenção básica à saúde.
Nos países desenvolvidos, 40% dos profissionais de enfermagem deixarão
seus empregos na próxima década. A OMS aponta os baixos salários e a
oferta de poucos incentivos como motivos para a debandada.
MORTALIDADE
A carência de profissionais de saúde também tem motivado mortes. A OMS
atribui cerca de 90% de todas as mortes maternas e 80% das mortes de
recém-nascidos em 58 países do mundo a parteiras mal treinadas.
Além disso, 6,6 milhões das mortes de crianças com menos de 5 anos em
2012 foram em decorrência de doenças que poderiam ser tratadas ou mesmo
prevenidas.
Segundo Tim Evans, diretor do Banco Mundial, a instituição estabeleceu a
meta de acabar com a miséria no mundo até 2020. Até 2030, a expectativa
é reduzir a taxa de pobreza de 20% para 3%.
"O setor de saúde é essencial para atingirmos esses objetivos. A
estratégia do Banco Mundial é promover a saúde universal", afirmou
Evans.
No relatório, a OMS recomenda que cada país faça um diagnóstico
detalhado de sua situação e crie políticas que retenham os profissionais
na saúde primária.
Durante o evento, cada país participante vai expor os compromissos que se dispõe a seguir.
Ao final do encontro, na quarta-feira (13), será redigida a Declaração do Recife, com o resultado geral da conferência.
FONTE: Folha de São Paulo
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