STF pode tirar de Dilma escolha de ministro que vai julgar Lava Jato
Os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal,
que vai julgar as futuras ações penais decorrentes da Operação Lava
Jato contra deputados e senadores, decidiram nesta terça-feira (10)
propor que um dos ministros da Primeira Turma da Corte migre para o
grupo.
Na prática, isso impedirá a atuação no caso do novo ministro a ser
indicado pela presidente Dilma Rousseff – para a vaga ainda não
preenchida de Joaquim Barbosa, que se aposentou em agosto do ano
passado.
A proposta foi apresentada pelo ministro Gilmar Mendes e obteve adesão dos ministros Celso de Mello e Teori Zavascki, relator dos inquéritos sobre corrupção na Petrobras já abertos no Supremo. Além deles, integra a Segunda Turma a ministra Cármen Lúcia, ausente na sessão desta terça-feira; a outra vaga permanece aberta desde a aposentadoria de Barbosa.
A proposta foi apresentada pelo ministro Gilmar Mendes e obteve adesão dos ministros Celso de Mello e Teori Zavascki, relator dos inquéritos sobre corrupção na Petrobras já abertos no Supremo. Além deles, integra a Segunda Turma a ministra Cármen Lúcia, ausente na sessão desta terça-feira; a outra vaga permanece aberta desde a aposentadoria de Barbosa.
A Primeira Turma do STF é atualmente formada pelos ministros Marco
Aurélio Mello, Antonio Dias Toffoli, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e
Rosa Weber. A autorização para a transferência depende agora do
presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
Desde o ano passado, o STF decidiu que investigações, denúncias e
processos criminais contra parlamentares e ministros passariam a ser
julgados numa das duas turmas – compostas, cada uma, por cinco ministros
– e não mais no plenário, onde atuam todos os 11 integrantes da Corte.
Com a demora de mais de sete meses de Dilma para indicar um substituto
de Barbosa, a Segunda Turma ficou incompleta, gerando empates em
julgamentos.
Além desse argumento, ao propor convidar um dos ministros da Primeira
Turma para a Segunda, Gilmar Mendes chamou a atenção para as futuras
decisões da Lava Jato. Para ele, a Segunda Turma não poderia ter uma
composição "ad hoc", isto é, com a designação de um novo ministro
especialmente para julgar o caso.
"Isso seria um constrangimento para o colega que porventura venha a ser designado para esta colenda Corte. Uma composição 'ad hoc' do colegiado não honra as tradições republicanas desta Casa", afirmou.
Pelas regras do Supremo, qualquer ministro tem o direito de pedir a transferência. Se mais de um se interessar, a preferência é do ministro mais antigo da Corte.
"Isso seria um constrangimento para o colega que porventura venha a ser designado para esta colenda Corte. Uma composição 'ad hoc' do colegiado não honra as tradições republicanas desta Casa", afirmou.
Pelas regras do Supremo, qualquer ministro tem o direito de pedir a transferência. Se mais de um se interessar, a preferência é do ministro mais antigo da Corte.
Na Primeira Turma, o ministro que há mais tempo integra a Corte é Marco
Aurélio Mello. Se ele mostrar interesse, portanto, terá direito à
migração.
Dentro da Operação Lava Jato, já tramitam no STF 25 inquéritos sobre
políticos suspeitos de terem se beneficiado do esquema de corrupção na
Petrobras.
Em todos os casos, é o relator do caso, ministro Teori Zavascki, que
autoriza medidas de investigação. Se qualquer delas for questionada, no
entanto, é a Segunda Turma que irá decidir se são ou não válidas – isso
pode incluir, por exemplo, quebras de sigilo (telefônico, fiscal e
bancário), apreensão de documentos ou interceptações telefônicas.
Das 25 investigações que já correm no STF, no entanto, quatro – que
incluem os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL) – serão discutidas por todos os ministros da
Corte. Isso ocorrerá porque, pela nova regra de julgamentos, os chefes
das Casas Legislativas continuam só podendo ser julgados pelo plenário.
FONTE: G1
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