Contas do governo têm pior resultado para o 1º semestre em 14 anos
As contas
do governo registraram um superávit primário, que é a economia feita
para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de
queda, de R$ 17,23 bilhões no primeiro semestre deste ano, informou a
Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (30).
É o menor
resultado positivo para um primeiro semestre desde 2000 (R$ 15,43
bilhões), ainda de acordo com dados oficiais. O resultado dos seis
primeiros meses deste ano foi influenciado pelo fraco comportamento da
arrecadação federal.
Houve uma
queda de 50% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o
esforço fiscal do governo somou R$ 34,55 bilhões. O resultado também
ficou bem abaixo do recorde histórico para o período, de 2008, de R$
61,37 bilhões de superávit primário.
Resultado de junho
Somente no mês de junho, as contas do
governo registraram um déficit primário (receitas menos despesas sem a
inclusão de juros) de R$ 1,94 bilhão. Este foi o pior resultado para
meses de junho desde o início da série histórica do Tesouro Nacional, em
1997.
Meta fiscal de 2014
O fraco desempenho das contas públicas até junho dificulta alcançar a meta de superávit primário establecida para todo este ano.
Ao anunciar em fevereiro o corte de R$ 44 bilhões no orçamento deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
anunciou que o objetivo fiscal de todo o setor público (governo,
estados e municípios), neste ano, é de R$ 99 bilhões, o equivalente a
1,9% do PIB, o mesmo percentual registrado em 2013.
Somente
para o governo, a meta foi fixada em R$ 80,8 bilhões neste ano, ou 1,55%
do PIB. Até junho, portanto, o governo cumpriu 21,3% da meta anual.
Dividendos, concessões e CDE
O superávit primário recuou 50% no
primeiro semestre deste ano apesar de o governo ter recebido mais
dividendos (parcelas dos lucros) das empresas estatais. Nos seis
primeiros meses de 2014, os dividendos pagos pelas empresas estatais ao
Tesouro Nacional somaram R$ 10,49 bilhões, contra R$ 7,69 bilhões no
mesmo período do ano passado. O aumento foi de R$ 2,79 bilhões neste
ano.
Por outro
lado, caíram as receitas de concessão e subiram os pagamentos feitos à a
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no primeiro semestre deste
ano. As concessões, que renderam R$ 2,79 bilhões nos seis primeiros
meses de 2013, engrossaram os cofres públicos em R$ 1,24 bilhão neste
ano. Ao mesmo tempo, foram pagos R$ 4,1 bilhões para a CDE em 2014. No
mesmo período do ano passado, não foram feitos aportes na CDE.
Essa
parcela de R$ 4,1 bilhões paga de janeiro a junho pelo governo faz parte
de um valor total de até R$ 13 bilhões estimados com recursos
orçamentários para todo este ano. Desde o final de 2012, o país vem
utilizando mais energia gerada pelas termelétricas por conta do baixo
nível dos reservatórios de hidrelétricas. A operação das térmicas ajuda a
poupar água dessas represas, mas tem um custo maior, que normalmente
seria repassado às contas de luz.
Receitas, despesas e investimentos
De acordo com dados do governo federal, as
receitas totais subiram 7,2% nos seis primeiros meses deste ano, contra
o mesmo período do ano passado, para R$ 601,7 bilhões. O crescimento
das receitas foi de R$ 40,6 bilhões de janeiro a junho deste ano.
Ao mesmo
tempo, as despesas totais cresceram 10,6% nos seis primeiros meses deste
ano, para R$ 473,9 bilhões. Neste caso, a elevação foi de R$ 45,49
bilhões. Os gastos somente de custeio, por sua vez, avançaram bem mais
de janeiro a junho: 16,5%, para R$ 103,4 bilhões.
Já no caso
dos investimentos, os gastos somaram R$ 40,4 bilhões de janeiro a junho
deste ano, informou o Tesouro Nacional, valor que representa um aumento
de 21,7% frente a igual período de 2013 (R$ 33,2 bilhões).
No caso
das despesas do PAC, que somaram R$ 28,8 bilhões nos seis primeiros
meses de 2014, houve alta de 26,9% sobre igual período do ano passado
(R$ 22,7 bilhões), informou a Secretaria do Tesouro Nacional.
FONTE: Portal do Litoral PB
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