MST realiza marcha e promete ocupar Incra-PB até que a pauta de reivindicações seja atendida
Trabalhadores rurais reivindicam maior empenho do órgão federal e estadual para desapropriação de terras
Cerca de 500 integrantes do Movimento Sem Terra (MST) iniciaram, na manhã desta segunda-feira (14), marcha estadual de luta pela reforma agrária na Paraíba. A caminhada irá terminar nesta terça-feira (15) na frente da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Estado, em João Pessoa. Os manifestantes prometem permanecer acampados no local até serem atendidos pelo governador Ricardo Coutinho e pelo superintende do Incra, Cleofas Caju.
O movimento é pacífico e promete reunir 2.000 mil famílias. O grupo saiu, por volta das 6h, do assentamento Wanderley Caixe, em Caaporã, a 45 quilômetros da Capital, e seguiu em direção Goiana (PE)/João Pessoa pela BR 101. O trajeto foi acompanhado por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Apesar de ocupar o acostamento e parte da faixa da direita da rodovia, o trânsito no local foi considerado normal pela PRF.
A marcha prevista para acontecer nesta segunda já terminou e as famílias estão acampadas no município do Conde, a 17 quilômetros da Capital. A caminhada será retomada nesta terça, a partir das 6 h. Os integrantes prometem passar pela Praça Três Poderes, no Centro de João Pessoa, onde tentarão falar com o governador e seguirão para sede do Incra, no bairro do Brisamar.
A PRF orienta os motorista que passarem pela BR 101 nesta terça-feira, sentido Goiana (PE)/João Pessoa, que ao perceber a aglomeração de pessoas próximo à pista redobre a atenção e reduza a velocidade.
Os trabalhadores rurais reivindicam maior empenho dos órgãos federal e estadual para desapropriação de terras. De acordo com Miram Silva, da coordenação do MST, o objetivo é entregar ao Governo do Estado e ao Incra a pauta de reivindicações.
“Esse ano o governo da presidente Dilma não desapropriou nenhum terra para ser entregue ao MST, o mesmo aconteceu no estado. O governador prometeu desapropriar alguns terrenos, mas até agora nada foi feito. Estamos reivindicam obtenção de terra e melhores condições para o campo”, disse.
Segundo ela, essa marcha ganhou adesão de outros movimentos, como a Comissão Pastoral da Terra, Movimento dos Atingidos por Barragens e Via campesina e está acontecendo em todo País.
O Portal Correio tentou entrar em contato com o superintendente do Incra-PB, mas até o fechamento desta matéria ele participava de um reunião. Por telefone, a assessoria informou que a superintendência vai enviar relatório para o Ministério da Justiça e para a Ouvidoria Agrária Nacional (vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário), sobre a tensão na área dos acampamentos Wanderley Caixe e Nova Esperança.
De acordo com a assessoria, entre as ações promovidas pelo Incra, desde o surgimento do acampamento, no último mês de julho, estão: o cadastramento das famílias candidatas ao Programa Nacional de Reforma Agrária; a distribuição de cestas de alimentos do Programa Fome Zero do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), destinado a famílias em situação de vulnerabilidade nutricional; a distribuição de rolos de lona para minimizar o sofrimento das famílias que aguardam o processo de assentamento; o levantamento da cadeia dominial dos imóveis reivindicados pelas famílias acampadas; e a realização de estudo preliminar para verificar a viabilidade técnica da desapropriação dos imóveis pleiteados.
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