Após liberar Centro Administrativo e marcha pela Epitácio, MST acampa na sede do Incra, em João Pessoa
Movimento vai se reunir com governador na quinta-feira (29)
Segundo a secretária de comunicação, Estela Bezerra, haverá um encontro entre líderes do MST e do Governo do Estado na quinta-feira (24), às 15h, no Palácio da Redenção, na capital paraibana, para discutir as pautas com as reivindicações.
"Não havia mais como continuar com isso. Os próprios manifestantes estavam debilitados, sem alimentação e nem eles mesmos tinha mais força para manter o protesto. Muitos servidores também estavam fracos, havia outros com diabetes, problemas cardíacos, mulheres grávidas, pessoas que não podiam mais ficar trancadas devido ao bloqueio imposto pelos manifestantes no prédio do Centro Administrativo. Marcamos a reunião e agora vamos aguardar para que seja possível atender às reivindicações possíveis", esclarece Estela.
Durante a marcha pela Epitácio Pessoa, o MST bloqueou o trânsito no sentido Centro-Praia e causou impaciência entre os motoristas que precisaram trafegar pela via no final da tarde, durante o horário de maior movimento.
Cerca de 2 mil representantes do MST se reuniram nesta segunda-feira das 9h até às 16h no Centro Administrativo do Estado, em João Pessoa. Apesar de ter iniciado de forma pacífica, o protesto deixou feridos, veículos que estavam estacionados no pátio do prédio foram arranhados e a polícia apreendeu uma faca e uma arma de fogo.
Para impedir o acesso dos servidores públicos, os manifestantes arrastaram carros que estavam estacionados no local e os colocaram em frente aos portões. Servidores ficaram trancados nas secretarias e fizeram apelo para serem liberados. "Havia mulheres e grávidas, pessoas passando mal, que não almoçaram. Sempre estivemos dispostos a conversar, mas também precisávamos de ajuda", pedia a professora Tieta Lucena. A servidora Solange Medeiros, que trabalha na Secretaria de Agricultura, disse ao Portal Correio que tem problemas cardíacos e esteve presa no local, precisando de ajuda médica.
De acordo com as lideranças do Movimento, o objetivo da manifestação é negociar pautas pendentes com o governador Ricardo Coutinho e contestar o fato deles não terem sido recebidos pelo líder do Estado na última quinta-feira (17).
A assessoria do MST diz que a manifestação começou de forma tranquila, mas a polícia foi acionada e teria agido de maneira violenta, com uso de sprays de pimenta e balas de borracha. Segundo Miriam Silva, três manifestantes ficaram feridos.
O coronel da Polícia Militar Euler Chaves esteve no local com várias equipes e afirma que três PM's ficaram feridos com pauladas e pedradas. Ele diz ainda que cuidou da segurança dos servidores que não conseguiam sair do prédio, bem como negociou com os manifestantes para por fim ao protesto. "Houve divergências entre os líderes, eles mesmos não entravam em acordo e isso agravou a situação", relata Chaves.
O secretário executivo da Casa Civil, Valter Aguiar, disse que o governador precisa cumprir agenda no interior da Paraíba e em Brasília. Ele lembra que Ricardo Coutinho cancelou compromissos para receber três representantes do MST na última quinta-feira (17), mas o Movimento queria um grupo maior e acabou não sendo recebido pelo chefe do estado.
"O governo sempre esteve aberto para o diálogo, mas é preciso preservar o patrimônio e a segurança das pessoas", revela Valter Aguiar.
Foto: Manifestação do MST no Centro Administrativo do Estado
Créditos: Aguinaldo Mota
Foto: Manifestação do MST no Centro Administrativo do Estado
Créditos: Aguinaldo Mota
Foto: Manifestação do MST no Centro Administrativo do Estado
Créditos: Aguinaldo Mota
O Centro Administrativo do Estado fica localizado no bairro de Jaguaribe, Zona Oeste de João Pessoa. No local, trabalham cerca de 3 mil servidores públicos em várias secretarias, como Comunicação Institucional e Agricultura, e também no Palácio do Despacho, utilizado pelo vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia.
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