PF conclui inquérito do Jampa Digital e não indicia governador
Ricardo Coutinho ataca exploração equivocada do processo do ‘Jampa Digital’ e vê motivação política

A equipe do Correio se debruçou sobre todo o relatório. Por falta de elementos, o delegado não incluiu Ricardo Coutinho na lista dos indiciados. Para o governador Ricardo Coutinho, que fez divulgar nota oficial neste domingo, parte da imprensa explorou o caso abusivamente motivada por interesses políticos.
“Não temo qualquer investigação sobre a minha vida política. Todos sabem da deturpação das informações na Paraíba que vem sendo feita, sistematicamente, contra o nosso governo, desde o primeiro dia, pelo Sistema Paraíba de Televisão. Nacionalmente, querem atingir o PSB e o governador Eduardo Campos, para isso estão mirando os governos do partido”, disparou o governador.
Deturpação
A secretária de Comunicação do Estado da Paraíba, Estela Bezerra, declarou que não vai aceitar a exploração política e deturpada do inquérito da Polícia Federal sobre o Jampa Digital. Ela anunciou que já acionou assessoria jurídica para tomar todas as providências em caso de acusações infundadas contra o governador Ricardo Coutinho (PSB).
“Não tenho receio de fazer o debate, mas é preciso haver responsabilidade na apuração e divulgação dos fatos. Não vamos admitir a criminalização do governador ou de qualquer membro do governo sem que a própria Justiça disponha de elementos para tanto´, destacou Estela.
Governo quer apuração, diz nota
O Governo do Estado divulgou ontem, em sua página oficial, nota de esclarecimento sobre a apuração de supostas irregularidades na implantação do ‘Jampa Digital’, programa que disponibiliza internet gratuita para a população de João Pessoa. O documento, assinado pela Secretaria de Comunicação Institucional do Estado, diz que o governador Ricardo Coutinho (PSB) tem total interesse em elucidar todo e qualquer assunto a ele relacionado para, dessa forma, restabelecer a verdade dos fatos. “Sua trajetória pública não permitiria outra conduta. Trata-se de um político com vida proba, pautado pelo exercício da transparência, fortalecimento das instituições e defesa do interesse público”, diz a nota se referindo ao governador.
De acordo com a nota, houve equívocos e ausência de zelo no curso da investigação. Além disso, aponta para interesses políticos envolvendo o assunto. “Rechaça-se a conduta de parte da grande mídia e de setores da política local, que buscam incriminar sem direito de resposta a quem quer que seja”, diz a nota.
Em outro trecho, o documento diz: “O tom da cobertura atual feita pela imprensa foi iniciado no dia 15 de março de 2013, quando o delegado Felipe Alcântara, responsável pela investigação, concedeu, mesmo antes de concluída a investigação, entrevista ao Jornal da Paraíba com o mesmo tom inquisitório presente na cobertura que privilegiou a Rede Globo e Folha de São Paulo com exclusividade de acesso ao relatório final da investigação. Até o presente momento, o governador não obteve acesso ao relatório, mesmo sendo parte interessada e indevidamente envolvido, visto que não foi ouvido ou indiciado no curso do inquérito policial”, dispara a nota.
De acordo com o documento, a alegação de que teria ocorrido desvio de recursos do programa ‘Jampa Digital’ para a utilização na campanha eleitoral de 2010, que consagrou Ricardo Coutinho governador do Estado, não condiz com a realidade dos fatos. “Considerando que não há nenhuma conexão entre o faturamento das empresas mencionadas com a prestação de contas que foi aprovada sem qualquer restrição pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba”, diz trecho da nota. Ainda segundo o documento, os recursos utilizados para a implantação do ‘Jampa Digital’ foram oriundos de emenda parlamentar do então deputado federal Rômulo Gouveia (PSD), atual vice-governador.
“O repasse do Governo Federal, operacionalizado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, foi de R$ 4.746.000,00 e atendia uma das metas de modernização do País, sendo destinadas verbas para várias outras cidades e não a quantia astronômica divulgada por setores da imprensa que, intencionalmente, induz a sociedade a erro ao informar que o valor do projeto teria sido de R$ 40 milhões”.
Processo de licitação
Com relação ao processo de licitação realizado em 2009, o documento esclarece que foram respeitadas todas as exigências legais e o Pregão 019/2009 - que tinha o objetivo de implantar o ‘Jampa Digital’ - foi aprovado e referendado pelo Tribunal de Contas. Além, disso destacou que sete empresas participaram da licitação: World Telecom Ltda., ZCR Informática Ltda., Parxtech Informática e Comércio Ltda., Sysdesign Consultoria Informática Ltda., ISH Tecnologia Ltda., ITC BR Tecnologia e Serviços e Ideia Digital Sistemas Consultoria e Comércio Ltda. Sendo vencedoras a Ideia Digital e a Parxtech Informática.
“O critério de julgamento da licitação foi o de menor preço por lote, modalidade mais vantajosa para a Administração Pública, conforme disposição do art. 23, § 1º, da Lei nº 8.666/93. Assim, o que deve ser observado é o valor total do lote ficar abaixo da média do valor de mercado, consoante jurisprudência pacífica do Tribunal de Contas da União”, ressaltou a nota de esclarecimento do Governo do Estado.
Segundo o documento, foram investidos R$ 6.256.000,00, sendo R$ 4.756.000,00 repassados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e R$ 1,5 milhão de contrapartida da Prefeitura Municipal de João Pessoa. A nota afirma que, na época, a administração municipal utilizou os recursos da melhor forma possível.
“A comprovação da economicidade e compatibilidade dos preços dos itens contratados com os valores de mercado reside no fato de vários órgãos de outros Estados terem aderido à referida ata, a exemplo do Ministério Público do Estado de Pernambuco, entre outros”. A nota lembra que o projeto foi licitado pela secretaria Municipal de Administração. Já a execução ficou a cargo da secretaria de Ciência e Tecnologia, que tinha à frente o então secretário, Aguinaldo Ribeiro, atual ministro das Cidades.
O documento ressaltou que, até momento, o governador não obteve acesso ao relatório da Polícia Federal, mesmo sendo parte interessada e nem foi ouvido ou indiciado no curso do inquérito policial.
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