Família dribla seca, planta o que precisa no quintal e nem vai ao supermercado, na PB
Eles disseram ainda não utilizam agrotóxicos, com produção totalmente sustentável e diversa
Família faz produção sustentável e sem agrotóxicos |
A família produz banana, tomate, mamão, abobrinha, pimenta, coentro, ovos, tem criação de bovinos, caprinos, suínos e pelo menos 50 galinhas. Joseildo contou que também criava peixes, mas como a água é pouca, precisou interromper a criação.
“A água é pouca e a gente não pode avançar mais em plantação porque não existe água suficiente”, contou Joseildo, acrescentando que a água, usada de forma racionada pela família para manter as plantas e os animais, vem de um cacimbão, que é uma espécie de poço.
O que não é consumido pela família é vendido no próprio assentamento. Os ovos são vendidos por R$ 0,50 a unidade. “Tudo ajuda no orçamento da casa. E tem mais, compro muito pouco no supermercado, já que tiro daqui a maioria das coisas que preciso no dia a dia”, disse Valma.
A família falou ainda que não utiliza agrotóxicos, com produção totalmente sustentável e diversa.
O técnico agrícola da Central das Associações dos Assentamentos do Alto Sertão Paraibano (Caaasp), Paulo César Elói Soares, acompanha a produção de Valma e Joseildo. Ele é o responsável por apresentar à família os princípios da agroecologia e da convivência respeitosa com o meio ambiente.
“Oferecemos uma assessoria que foge do paradigma tradicional e mercantil de repasse de pacotes”, afirmou Soares. “Nossa prioridade é estimular a reflexão para uma convivência com a natureza e entre as pessoas, bem como mostrar a importância da produção para o autoconsumo, com ênfase na importância de se ter uma boa alimentação”.
Segundo o técnico, para oferecer um bom trabalho de Ater, é essencial que as equipes de assistência técnica, social e ambiental escutem o que as famílias assentadas têm a dizer. “Essa preocupação é para que a fala seja deles e não a nossa. Para isso, é fundamental que o trabalho seja contínuo e que os agricultores se sintam à vontade com o nosso trabalho, que se aproximem e confiem em nós, não como portadores do conhecimento, mas como facilitadores de um processo de diálogo em que a opinião de cada um contribui para o conjunto”, explicou Soares.
Para os agricultores assentados que também vivem em situação de escassez de água, Valma deixou um recado: “Nunca desista! Quem tem seu pedacinho de terra tem que valorizá-lo porque é bom demais plantar e comer aquilo que a gente colhe”, concluiu a assentada.
A Caaasp é uma entidade contratada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria (Incra) para desenvolver o trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) em 33 assentamentos onde vivem 1,1 mil famílias.
A agricultora Valma deixou um recado. “Nunca desista! Quem tem seu pedacinho de terra tem que valorizá-lo porque é bom demais plantar e comer aquilo que a gente colhe”, concluiu a assentada.
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