Paraíba é o 2º do Nordeste que menos investe em Saúde; VEJA!
O Rio de
Janeiro é o Estado que menos investiu em saúde pública do Brasil, apesar
de ter a terceira maior população e o segundo maior PIB (Produto
Interno Bruto) da nação.
Apenas
7,3% do orçamento de 2012 do Estado –cerca de R$ 5 bilhões– foram
direcionados para o setor, a menor parcela dentre todas as 27 unidades
federativas.
As
informações são da Estadic (Pesquisa de Informações Básicas Estaduais),
divulgadas nesta quinta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
De acordo
com os números, a Paraíba – que aplica 10,9% do PIB em saúde – ocupa a
18ª posição no Brasil e a penúltima no Nordeste (ganhando apenas do
Piauí). Porém, fica a frente de Estados como São Paulo, Rio Grande do
Sul, Paraná em investimentos.
VEJA GRÁFICO
Tocantins,
Minas Gerais e Pernambuco enviaram 16,9% (R$ 1,33 bilhões), 16,3% (R$
5,75 bilhões) e 16,2% (R$ 5,03 bilhões) respectivamente, sendo as
unidades federativas que mais investiram em saúde proporcionalmente.
Do outro
lado da conta, além do Rio, Mato Grosso do Sul e Paraná, que enviaram
8,7% (R$ 934 milhões) e 9% (R$ 3,4 bilhões) respectivamente, são os
locais que menos destinaram recursos para o setor.
Quando se
observa do gasto per capita, no entanto, o Rio tem melhor desempenho.
Foram investidos R$ 320,79 por morador do Estado. Em Minas Gerais, o
gasto per capita foi de apenas R$ 279,45. O maior investimento per
capita em saúde é no Distrito Federal, de R$ 924,14 por habitante. O
menor investimento per capita é do Maranhão, com R$ 213,90 por
habitante. O governo maranhense aplicou 11,1% do Orçamento em saúde.
A
Secretaria de Saúde do Estado do Rio afirmou em nota que “somente o Rio
tem UPAs gerencidas pelo Governo do Estado e é o Estado com o maior
número de unidades de pronto-atendimento (29, criadas desde 2007)”.
Informou ainda que construiu e equipou, desde 2007, 54 UPAs, sendo 25
entregues às administrações municipais. Ainda segundo o texto, de 2007 a
2013, o Rio foi o Estado que, proporcionalmente, mais criou unidades de
saúde.
A
Secretaria de Estado de Saúde esclareceu também que, apesar de,
constitucionalmente, o investimento em atenção básica ser atribuição das
prefeituras, vem investindo no cofinanciamento da atenção básica, como
forma de dar suporte aos municípios na estruturação de uma rede de saúde
consolidada em todas as regiões do Estado.
“Desde
2007 já foram investidos R$ 155,2 milhões neste cofinanciamento. Entre
outras iniciativas de apoio às prefeituras e ao atendimento de saúde
para além da capital fluminense estão também os repasses para
assistência farmacêutica básica, com cerca de R$ 37 milhões anuais; o
PAHI (Programa de Apoio aos Hospitais do Interior), que, dos recursos
enviados aos municípios, destina cerca de R$ 7 milhões ao uso exclusivo
da atenção básica local; o PAHI Regional; o Programa de Apoio às Salas
de Estabilização; e o Programa de Apoio à UTI”, informou o órgão
estatal.
A
legislação brasileira determina que o montante a ser investido em Saúde,
pelos Estados, não deve ser menor que 12% da receita. No entanto,
segundo Vânia Pacheco, gerente do Estadic, não é possível afirmar que
estas unidades estejam descumprindo a lei baseados apenas nos dados da
pesquisa, já que os demais valores podem estar diluídos em outras
secretarias.
Segundo os
pesquisadores, os Estados informaram o Orçamento total, sem
detalhamento das receitas. Estados com grandes Orçamentos costumam
argumentar que têm fontes de receita –como empréstimos, royalties e
recursos com destinação específica (do PAC, por exemplo)– que estão no
Orçamento, mas não fazem parte da receita usada como base de cálculo
para o mínimo constitucional.
O IBGE diz
que é possível fazer a comparação entre os Estados somente com base no
critério desenvolvido pelo instituto, de porcentual do Orçamento
aplicado em saúde.
O Estadic
analisou também os montantes voltados para a saúde básica da população. O
cálculo foi feito com base no orçamento total da saúde. Rio Grande do
Sul (12,9%) e Minas Gerais (11,8%) foram os que mais destinaram recursos
para o setor.
Os Estados
do Maranhão (0,3%), Roraima (0,3%) e Acre (0,3%) foram os que menos
investiram em saúde básica. Porém, outros dez Estados – como Rio de
Janeiro, São Paulo e Bahia – também destinaram menos de 2% do orçamento
de saúde para a área.
A Atenção
Básica é definida como “um conjunto de ações de saúde, no âmbito
individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde”, de acordo com a Portaria nº 648/GM.
Gestão
De acordo
com a pesquisa, todas as unidades federativas do país possuem
secretarias voltadas exclusivamente para a Saúde. Em 22 Estados, os
secretários pertencem ao sexo masculino, e a maioria possui formação na
área.
O estudo
verificou também que 17 Estados faziam contratação de serviços através
de OSs (Organizações Sociais): Amazonas, Roraima, Pará, Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo,
Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás e
Distrito Federal.
A pesquisa do IBGE foi realizada em março de 2013, com base no orçamento estadual aprovado em 2012.
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